Palmeiras luta contra a ansiedade por resultados melhores em 2015
A ansiedade por resultado tem transformado o ambiente do Palmeiras em algo difícil de se entender. Em um dia, os jogadores estão felizes, a torcida esbanja confiança e Oswaldo de Oliveira mantém a tranquilidade, com direito a dias até rindo à toa. No dia seguinte, atletas evitam os microfones, o torcedor já quer achar culpados e Oswaldo até levanta o tom de voz em suas respostas.
Por isso, o que é mais comum você ouvir no discurso de todos, do roupeiro ao camisa 10, do massagista ao presidente, é o pedido de paciência. O técnico e sua comissão tentam aliviar o peso nas costas dos atletas.
O que não falta é explicação para a instabilidade. A começar pelo péssimo ano de 2014 que deixou o torcedor desolado. A possibilidade de ser o primeiro time grande a cair pela terceira vez na história maltratou o palmeirense, que esperava qualquer sinal de melhora para ter dias mais tranquilos em 2015.
E ele veio da forma mais clara possível. Reformulação completa. A diretoria foi completamente trocada, com a chegada do diretor bicampeão Alexandre Mattos. Nomes reprovados em 2014 foram embora: Bruno, Deola, Wesley, Lúcio e até a saída de Henrique, artilheiro do time, foram comemorados. E em 2015 tudo parecia diferente. Foram 19 novos nomes, com direito a contratações de peso que há tempos o palmeirense não comemorava, como a chegada de Arouca e o retorno de Cleiton Xavier.
Isso sem contar as vitórias nos bastidores ao fechar com Leandro, que estava apalavrado com o Corinthians, e Dudu, na mira de Corinthians e São Paulo. Até o patrocínio na camisa foi comemorado como chapéu. O programa de sócio-torcedor, o Avanti, disparou em adesões.
A expectativa era gigantesca e tudo parecia conspirar a favor. O estádio finalmente poderia disputar uma competição inteira e o sonho de ter uma equipe quase imbatível em casa estava de volta. A confiança que tudo ia mudar era tão grande que até aplausos os jogadores ouviram após a derrota para a Ponte Preta.
Vitor Hugo deu até entrevista ao UOL Esporte e avisou que aquele time chegou para brigar por tudo. Mal sabia que alguns dias depois seria o responsável pela primeira turbulência da temporada.
Bastou uma derrota com os problemas do passado para que o pesadelo voltasse. E justo contra o arquirrival, o Corinthians. E no primeiro dérbi do Allianz Parque. A torcida não suportou os testes de Oswaldo. Nesse caso, a confiança só aumenta a expectativa e tira toda a paciência. O técnico não foi perdoado por colocar Maikon Leite, por não dar chance a Cristaldo e por apostar em Rafael Marques.
Mas, "nada como um jogo após o outro". A vitória por 3 a 0 contra o Rio Claro tirou um pouco a pulga atrás da orelha. O clima acalmou, os jogadores já não tiveram mais medo do microfone e Cristaldo até piada fez na coletiva de imprensa. Oswaldo conversou com jornalistas, falou até de cerveja. A quinta-feira era de time líder da tabela do Paulista na Academia de Futebol.
Oswaldo, no entanto, não se anima. Sabe que ainda sofrerá muita pressão na montagem de seu elenco. Tem consciência da vontade da torcida palmeirense de ver títulos, de buscar o topo da tabela e sabe que toda a expectativa criada joga contra ele mesmo. Até o Conselho já está de olho nele. Se na quinta ele presenciou uma tranquilidade, sabe que o Carnaval pode ser muita dor de cabeça em caso de tropeço no primeiro jogo fora de casa, neste sábado, contra o São Bento.
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