A reinauguração do Allianz Parque fez do Palmeiras o clube que mais arrecada com bilheterias no país. Nos três primeiros jogos do Campeonato Paulista em casa, a receita líquida somou R$ 3,4 milhões – no ano passado, os três primeiros jogos do Estadual no Pacaembu deram R$ 933 mil de lucro.
Mas não é só. Mudou a maneira como o palmeirense consome ingressos, e isso coloca o Palmeiras em um nível, do ponto de vista de gestão e de planejamento, que poucos adversários estão.
Hoje, mais de dois terços do estádio do Palmeiras têm sido ocupados por sócios-torcedores. O blog coletou dados nos boletins financeiros dos três primeiros jogos, e o percentual de filiados ao Avanti foi de 72% contra o Rio Claro, 74% diante do Corinthians e 75% no confronto com a Ponte Preta.
Desconto em ingresso e acesso facilitado ao estádio sempre foi – e dificilmente deixará de ser, porque o futebol é o principal produto para o torcedor – o principal motivo de associação a um programa de sócios-torcedores.
Quando a entrada ainda chega a um preço muito mais alto do que o habital no futebol brasileiro, o estímulo à adesão aumenta. O tíquete médio dessas três partidas variou entre R$ 64 e R$ 91, quando em 2014 os três primeiros confrontos custaram, em média, entre R$ 36 e R$ 38.
Dentre os associados, também mais de dois terços recorrem à internet para comprar os ingressos, e não mais à bilheteria na porta do estádio. O Palmeiras, via assessoria de imprensa do Avanti, informou ao blog que o percentual de compras pela internet foi de 87% no jogo com o Rio Claro, 86% contra o Corinthians e 82% diante da Ponte Preta. Isso antecipa a receita e elimina filas e confusão no dia do jogo.
- Vemos hoje, principalmente em São Paulo, onde o público está acostumado a comprar ingressos pela internet para cinema, teatro e shows, que este é o futuro. Só o estresse de pegar trânsito para chegar ao ponto de venda já estimula a compra online – explica Róbson de Oliveira, sócio-fundador da FutebolCard, empresa que presta serviços ao Palmeiras na venda dos ingressos.
Esta mudança de comportamento do torcedor aparece em Minas Gerais, onde o Cruzeiro já fatura mais com vendas antecipadas a sócios do que na bilheteria do estádio, mas ainda é tímida no Rio de Janeiro. A média dos que vão à internet para comprar entradas para o Engenhão fica em torno de 30%, segundo Oliveira, também responsável por administrar a venda de tíquetes para o estádio do Botafogo.
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