Allianz Parque tem enchido os cofres de clube e construtora (FOTO: Reginaldo Castro/LANCE!Press)
Palmeiras e WTorre têm encontro marcado para daqui duas semanas, quando ocorrerá mais uma rodada do processo de arbitragem, que discute sobretudo a divisão de cadeiras do Allianz Parque - a empresa diz ter direito a comercializar todos os assentos, enquanto o clube defende que são apenas 10 mil. Pessoas envolvidas na discussão dizem que as partes agora estão abertas a um acordo.
Há conversas preliminares sobre a possibilidade de chegar a um consenso quanto aos pontos do contrato que estão em discussão, encerrando a disputa sem a necessidade do parecer da arbitragem, que tem peso de sentença judicial. Embora ainda não seja possível dizer que esse desfecho está próximo, o cenário era inimaginável há alguns meses.
Houve um estremecimento no fim do ano passado, após os dois shows de Paul McCartney no Allianz Parque. A WTorre e a AEG, gestora de eventos da arena, dizem ter cobrado R$ 300 mil pelas duas apresentações, dando ao clube apenas R$ 60 mil (20%, como previsto em contrato).
O Verdão achou o valor baixo e estudava citar o episódio na audiência como exemplo de má-fe, mas as arestas foram aparadas.
Em janeiro, a WTorre colocou mil cadeiras à venda, com o consentimento do Palmeiras.
Cláusulas do contrato
Naming rights
A WTorre vendeu o nome do estádio para a Allianz por R$ 300 milhões, divididos em 20 anos, com cláusula para renovar por mais dez. Nos cinco primeiros, a construtora repassa 5% ao clube, e o valor cresce 5% a cada cinco anos.
Camarotes
Mesma lógica dos naming rights: WTorre comercializa os camarotes e repassa 5% do valor nos primeiros cinco anos. O valor cresce na mesma proporção do item anterior.
Renda dos jogos
O Palmeiras terá direito a 100% do valor arrecadado com ingressos para os jogos de futebol.
Cadeiras
A WTorre julga ter direito a comercializar todas as cadeiras, repassando um valor ao clube ano a ano, na mesma proporção dos naming rights e dos camarotes. Isso não interfere na renda dos jogos: quem comprar uma cadeira poderá usá-la em todas as partidas do ano, mas precisará pagar ingresso, cujo valor será todo do Palmeiras.
Visão do clube
Diz que a WTorre pode vender só 10 mil cadeiras especiais. As do clube não seriam vendidas, mas reservadas para sócios-torcedores (hoje são quase 80 mil). A construtora já sugeriu envolver os sócios-torcedores na venda de cadeiras coordenada por ela.
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