Edmundo atuou no Palmeiras sob comando de Luxa (Foto: Vidal Cavalcante / Agência Estado)
A reaproximação que começou durante a Copa do Mundo, quando Vanderlei Luxemburgo e Edmundo voltaram a se falar, foi parar no papel na manhã desta sexta-feira. Em reunião na 7ª Câmara Cível do Rio de Janeiro, proposta pelo desembargador Luciano Rinaldi de Carvalho, os dois entraram em conciliação por uma dívida antiga do treinador com o ex-atacante de aproximadamente R$ 300 mil, valor atualmente corrigido para R$ 2,841 milhões.
Com o acordo, Luxa deve voltar a receber do Flamengo todos os seus vencimentos normalmente. Por conta do débito, o clube havia suspendido parte do pagamento, já que em novembro foi determinada a penhora mensal de R$ 108 mil dos salários do comandante. Recentemente, o Rubro-Negro comunicou a WL Sports SS LTDA, empresa do técnico, que terá de depositar em juízo até que se alcance o valor total cobrado.
Entenda o caso
A relação entre Edmundo e Luxemburgo, historicamente, tem brigas e reconciliações. O último episódio foi uma cobrança judicial feita pelo ex-atacante, relativa a dois cheques que recebeu do atual técnico do Flamengo, cada um no valor de R$ 200 mil. Edmundo alegou que não havia fundos. Na versão de Luxemburgo, ele pagou e não teve recibo. Em 2011, a Justiça determinou o pagamento de uma dívida de quase R$ 2 milhões.
- No dia da final da Copa, nós voltamos a nos falar, fomos jantar. Ele entendeu que estou apenas correndo atrás dos meus direitos e dos direitos dos meus filhos. Foi um problema pessoal, mas estamos bem próximos de um acerto - disse Edmundo, em agosto de 2014, tendo a versão ratificada pelo técnico.
- Estamos conversando para acabar com essa coisa que não tem nada a ver. Algumas coisas na vida vão ficando para trás. Está caminhando para o bem - disse o treinador na época.
Luxa e Edmundo se conheceram no Palmeiras, em 1993. Comandante e atleta tiveram uma relação conturbada. Atos de indisciplina do atacante causaram reações fortes. Em 1994, por exemplo, durante um jogo contra o São Paulo, pela Libertadores, o jogador foi substituído e reclamou.
- Com o dedo em riste, falei para ele: “Se for para me tirar, é melhor nem me colocar”. Nem falei nada de mais, mas o dedo em riste e a fama... Fui afastado, tenho certeza que esse episódio me tirou da Copa de 94.
Meses depois, já no Flamengo, Luxemburgo disse que ambos haviam feito as pazes e que Edmundo era como um filho para ele. Juntos no Palmeiras, eles ganharam dois títulos brasileiros, dois paulistas e um Rio-São Paulo.
- Eu sempre o tive como o melhor treinador da minha carreira. O mais importante foi o Antônio Lopes, que me deu a primeira chance, mas ele foi o mais capacitado. Eu o tinha como um pai, enfim... Ele se sentiu traído quando soube da ação e ficou um período distante, mas não desgosto dele nem mudo minha opinião por causa de um problema particular - afirmou o Animal.
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