Zé Roberto defendeu a seleção por muito tempo | Crédito: Shaun Botterill/Allsport
Em entrevista exclusiva para o site da Copa América, o lateral/meia Zé Roberto fez um pedido para o time comandado por Dunga: O resgate da tradição da seleção brasileira.
Bicampeão do torneio com o Brasil, aos 40 anos, defendendo o Palmeiras, Zé Roberto afirmou que o Brasil não seja "Neymardependente" e acredita que o time de Dunga possa fazer bonito na disputa da Copa América.
Campeão do torneio em 1997 e 1999, o jogador acredita que, além do Brasil, Argentina, Chile e Uruguai são favoritos para o título.
Veja a entrevista completa:
O que esperar da seleção brasileira na Copa América Chile 2015? É uma grande chance de recuperar o prestígio após o fim trágico de Copa do Mundo?
O Brasil passa por uma fase de reformulação, tentando buscar o espaço que tinha antes, que era no topo do ranking e conquistando títulos. Isso não vem acontecendo há alguns anos, mas o Brasil não deixou de ser o que é: um país que sempre revela talentos e que tem muita tradição. Para voltar a ser temido, nada melhor do que dar o primeiro passo e ganhar uma Copa América.
Como viu o retorno do técnico Dunga à seleção nrasileira e o começo de trabalho pós-Copa?
Vejo a seleção no caminho certo. É um trabalho bem recente do Dunga, mas que já está tendo resultados. Ele manteve alguns jogadores da última Copa e, ao mesmo tempo, promoveu uma reformulação. Vejo a equipe no caminho certo e com condições de fazer uma boa Copa América e Eliminatórias.
Você foi o destaque na Copa do Mundo de 2006, quando todos falavam do quarteto mágico (Ronaldinho, Kaká, Ronaldo e Adriano). Hoje vemos a Seleção muito dependente de um jogador – Neymar. Crê que isso pode atrapalhar?
Claro que o Neymar é um nome importante, hoje é um dos melhores do mundo, mas acho que a seleção vem trabalhando bem em conjunto, com todos dando a sua contribuição. Não vejo uma dependência no Neymar.
Você marcou o último gol do Brasil na vitória por 3 x 1 sobre a Bolívia na final da Copa América de 1997. Lembra deste momento? Conte-nos mais sobre aquela competição e o desafio de jogar na altitude.
Sim, a minha grande lembrança da Copa América de 97 foi o gol na final. A principal dificuldade, sem sombra de dúvida, foi a altitude. Jogar lá foi muito difícil, afinal a Bolívia jogava em casa e se tratava de uma final. Passamos por muitos obstáculos para chegar àquele título.
Você também foi titular na Copa de 1999 no Paraguai, quando o Brasil foi campeão deixando pelo caminho Argentina e Uruguai. Quais são suas lembranças daquela edição?
Foi um torneio difícil, Argentina e Uruguai tinham equipes boas. Mas estávamos bem encaixados também e acabamos levando a melhor. A dupla Ronaldo e Rivaldo estava em uma fase muito boa. Para mim, foi gratificante ser bicampeão de um torneio tão importante.
O que você espera da Copa América do Chile? Quem acredita que sejam os favoritos?
Acredito que, além do Brasil, os favoritos são o Chile, que vem de uma boa participação na última Copa e que jogará em casa, e os tradicionais Argentina e Uruguai, que sempre merecem respeito.
Como bicampeão da Copa América, que conselho/mensagem você mandaria para o grupo da seleção que vai ao Chile em junho?
Meu conselho é que tentem resgatar a tradição da seleção brasileira e façam valer o peso da camisa amarelinha. Acredito que o trabalho está sendo bem feito e que o Brasil tem totais condições de fazer uma boa competição.
Fale-nos sobre seu momento profissional. Como avalia seu início no Palmeiras? Qual é o segredo para seguir em alta aos 40 anos?
O segredo para seguir em alta aos 40 anos é se cuidar fora de campo e dar o máximo no dia a dia. Claro que tem o componente genético, mas estou onde estou também pela minha dedicação. Sobre o início no Palmeiras, estou muito feliz. Fui bem recebido por todos e, principalmente, pela torcida. Acredito que temos um elenco com potencial para conquistar coisas importantes.
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