À esquerda, Pato pelo Inter, em 2006, e à direita, o atacante pelo São Paulo em 2015
O Alexandre Pato que será titular do São Paulo na noite desta quarta-feira no Choque-Rei tem ótimas lembranças do adversário e de sua casa. Afinal, foi contra o Palmeiras e no mesmo estádio, então Palestra Itália, que o atacante não só estreou como profissional como acabou com o o jogo.
Naquele domingo 26 de novembro de 2006, o jovem tinha exatos 17 anos, dois meses e 24 dias e acabara de renovar, na quinta-feira anterior, seu contrato com o Internacional até 2009, com seu salário tendo passado de R$ 2 para R$ 15 mil.
Pato, então, destruiu o Palmeiras.
O atacante fez um gol, deu duas assistências, cabeceou bola no travessão e enlouqueceu a defesa, principalmente os volantes Marcinho Guerreiro e Wendell, que tentaram, em vão, marcá-lo na goleada por 4 a 1 do Inter, que preparava-se para o Mundial de Clubes.
Mesmo com o vexame, o Palmeiras, de Juninho Paulista e do técnico Jair Picerni, se livrou do rebaixamento naquela 37ª e penúltima rodada do Campeonato Brasileiro graças a uma combinação de resultados.
Logo na primeira bola que recebeu, Pato tabelou com Fernandão e tocou na saída de Diego Cavalieri, fazendo 1 a 0 para a equipe colorada. Tempo de partida? 1m31s.
Aos 4, Fernandão fez 2 a 0, no único gol sem a participação direta do novato.
Aos 34, Fernandão achou Pato nas costas da zaga. Ele avançou pela direita e cruzou na medida para Iarley, que antes de tocar na bola viu o zagueiro Daniel mandá-la para as redes. 3 a 0.
Tinha mais.
Aos 45, Pato recebeu a bola na linha de fundo pela direita do ataque. No mano a mano, passou como quis por Marcinho Guerreiro, invadiu a área e, já com Cavalieri e um zagueiro o cercando, deu passe perfeito para Iarley, quase na linha da pequena área, ajeitar e mandar para as redes.
Aos 29 da etapa final, Fabiano Eller fez contra e diminuiu o vexame alviverde diante dos 8.823 pagantes que foram ao Palestra, hoje totalmente reformado e renomeado como Allianz Parque.
Pato foi subsitituído aos 12 minutos do segundo tempo por Adriano Gabiru e viu o restante do jogo que ficaria marcado em sua vida do banco, ao lado do técnico Abel Braga.
25 de março de 2014.
Atualmente, Pato vive situação bem diferente da de quase nove anos atrás. Aos 25 anos, o atacante tenta se reafirmar no futebol e voltar a ter o protagonismo que um dia já o fez ser estrela e até titular da seleção brasileira.
Após cinco anos e meio no Milan, de agosto de 2007 a dezembro de 2012, o jogador foi comprado pelo Corinthians por R$ 40 milhões em janeiro de 2013, então o maior valor já desembolsado por um clube brasileiro - Leandro Damião, do Internacional para o Santos, em dezembro de 2013, custou R$ 42 milhões.
Em campo, o atacante não correspondeu, fez só 17 gols em 62 partidas, várias delas tendo começado na reserva por opção de Tite. Em 2014, já com Mano Menezes, o time estava mal no Campeonato Paulista, ele seguia sem deslanchar, e a torcida passou a cobrar, chegando a invadir o CT e ameaçando agredir alguns jogadores, sendo o Pato o principal alvo.
Em fevereiro daquele ano, foi envolvido em uma troca com Jadson e rumou para o São Paulo, por empréstimo até o fim de 2015. Foi discreto no primeiro ano com a camisa tricolor. No total, são 20 gols em 49 partidas no clube, mas não há empolgação da torcida, embora Muricy Ramalho tenha apostado nele como titular este ano.
Contra o Palmeiras, tem a chance de finalmente brilhar contra um rival de expressão - não atuou nas duas derrotas para o Corinthians (é vetado por contrato), passou despercebido na meia-hora que esteve em campo no empate com o Santos e torceu o tornozelo direito contra o San Lorenzo, quando foi substituído aos 17 minutos - havia cruzado uma bola para Michel Bastos acertar a trave.
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