Presidentes de Santos e Palmeiras deixam reunião na CBF (Foto: Igor Siqueira)
Os clubes da Série A decidiram apoiar alguns pontos de vista da CBF e não vão aderir ao parcelamento das dívidas com a União se a Medida Provisória proposta pelo governo federal se mantiver sem ajustes. O posicionamento foi confirmado nesta quarta-feira, em reunião na sede da entidade, no Rio, que contou com a participação da maioria dos integrantes da elite do futebol brasileiro.
Entre os itens atacados pelos dirigentes está a obrigatoriedade de concentrar em uma conta bancária única todas as receitas dos clubes. No entanto, os cartolas não se posicionaram, pelo menos após o encontro, sobre a briga da CBF contra a limitação de mandatos na entidade que organiza o futebol nacional.
- O Santos acha um avanço a MP, um avanço, mas há enganos nela e eles têm que ser corrigidos. É assim que funciona numa democracia. Temos que buscar o consenso. Existem enganos como querer engessar o clube a ter toda a receita em um único banco. Dizer que precisa subordinar o parcelamento a uma entidade que não precisa parcelar é outro engano. Os artigos 4 e 5 precisam de ajustes. O artigo 8 é um engano no seu todo - afirmou o presidente do Santos, Modesto Roma.
O presidente do Grêmio, Romildo Bolzan, acrescentou que a CBF vai tentar em Brasília fazer com que o desejo dela e dos clubes seja aceito pelos parlamentares.
- A CBF vai se movimentar corporativamente no Congresso. Na MP, prevaleceu uma intervenção fiscal, de gestão e política. Ela não atende nenhum interesse. Se permanecer nesse texto, fica impossível avançar - completou.
Presidente do Cruzeiro, Gilvan Tavares levantou um aspecto que foi abordado na reunião anterior da comissão de clubes, que é a preocupação sobre um possível impedimento dos times brasileiros de ingressarem em competições internacionais.
- Do jeito que está, vai inviabilizar o futebol brasileiro. O clube, por exemplo, não vai poder disputar a Libertadores, porque a Conmebol não é obrigada a se curvar às normas - afirmou.
O presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, que esteve em Brasília no dia da assinatura da MP, acredita que será possível achar um ponto em comum para que o refinanciamento das dívidas entre em vigor.
- Isso é uma coisa que pode tentar conversar e achar uma solução boa. Não acho impossível chegar a algo que seja bom para todo mundo, clubes, CBF, Bom Senso, para a Fazenda - disse ele.
Da reunião participaram vários outros dirigentes, como Eurico Miranda (Vasco), Paulo Nobre (Palmeiras) e Jorge Kalil (Corinthians).
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