O Palmeiras se classificou com tranquilidade na liderança de seu grupo no Paulistão, e encara o Botafogo-SP no domingo, pelas quartas de final. Para o alviverde, vencer e continuar na briga no campeonato pode valer mais que o título: o clube espera, em abril, encerrar uma sequência de 13 meses fechando as finanças no vermelho. Seguir vencendo no estadual pode ser muito importante para esse objetivo.
Em janeiro de 2014, o balanço do Palmeiras registrou um superávit de pouco mais de R$ 4 milhões. O ano, porém, não correu bem dentro de campo: o alviverde acabou lutando contra o rebaixamento no Brasileirão. O mês acabou sendo o último até hoje fechado pelo clube no azul.
No fim de 2014, o resultado acumulado nos após onze meses de prejuízos foi de R$ 27,7 milhões no vermelho – o clube já começou aquele ano com mais de 30% das receitas comprometidas por gestões anteriores. O primeiro mês de 2015 também foi negativo: prejuízo de R$ 5,2 milhões.
Na última semana, o Conselho de Orientação e Fiscalização (COF) aprovou as contas de fevereiro, com resultado bem melhor do que o mês anterior: ainda houve déficit, mas de R$ 472 mil – menos de 10% do prejuízo de janeiro. As receitas saltaram de R$ 16,1 milhões em janeiro para R$ 25,6 milhões no mês seguinte.
O Allianz Parque é, atualmente, o estádio mais rentável do Brasil, e correspondeu em fevereiro a quase 20% das receitas – R$ 5,2 milhões em quatro partidas. A renda bruta na primeira fase do Paulistão inteira superou os R$ 16 milhões.
Jogar em casa é extremamente rentável para o Palmeiras – neste cenário, o clube tem mais motivos do que nunca para avançar até a final e torcer contra os rivais – se Santos, Corinthians e São Paulo caíssem, o alviverde jogaria mais duas partidas em seu estádio.
Em abril, houve apenas um jogo no Allianz, diante do Mogi Mirim, com renda líquida de R$ 1,5 milhão. A partir das quartas, as rendas de todos os jogos passa a ser dividida meio a meio entre os dois clubes. Com isso, jogando fora ou em casa, os R$ 5,2 milhões de fevereiro não serão atingidos. Ainda assim, permanecer até a final e fazer o máximo de jogos possíveis aproximaria o Palmeiras de seu objetivo. Cair agora significaria férias até o final do mês.
Na medida em que as receitas aumentaram, entretanto, também subiram as despesas. Com 20 contratações, o Palmeiras investiu pesado no elenco – o departamento de futebol custou, só em fevereiro, R$ 22 milhões. Faltam alguns detalhes para que a conta passe a ser positiva no restante da temporada.
No clube, tanto a diretoria como os membros do COF estão confiantes de que o mês de abril representará uma virada. A partir deste mês, passa a entrar nos cofres do clube os valores do patrocínio master da Crefisa, que trarão mais cerca de R$ 1,7 milhão por mês. Além disso, o Palmeiras volta a receber receitas de direitos de transmissão da televisão: grande parte da cota do Paulistão foi antecipada pelas gestões anteriores.
A direção alviverde ainda prevê que, se mantiver as taxas de crescimento atuais, o Avanti renda ao clube R$ 25 milhões em 2015 – mais do que o dobro dos R$ 12 milhões de 2014.
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