Palmeiras e Corinthians, líderes de arrecadação com bilheterias em 2015, adotaram estratégias diferentes para as quartas de final do Campeonato Paulista. Enquanto palmeirenses cobraram o segundo ingresso mais barato de seus nove jogos neste Estadual, em média, corintianos colocaram o preço mais alto de todos. A julgar por público e receitas bruta e líquida, a primeira opção – reduzir os valores de entradas de setores menos visitados no estádio – rendeu melhores resultados nesta ocasião.
O tíquete médio do Palmeiras foi de R$ 70,51 na partida com o Botafogo-SP, abaixo da média cobrada pelo clube durante o Estadual (R$ 76,25) e bem mais barato do que o ingresso mais caro (R$ 91,69), estipulado para o clássico com o Corinthians na primeira fase. O resultado: 35.437 pagantes, maior público como mandante no Allianz Parque, e R$ 2,4 milhões de receita bruta, a terceira maior. Como nesta etapa a Federação Paulista de Futebol (FPF) exige que a receita líquida seja repartida, por haver um único jogo nas quartas de final e nas semifinais, Palmeiras e Botafogo-SP ficaram com R$ 711 mil cada um.
Até agora, o Palmeiras lucrou R$ 11,4 milhões com bilheterias no Paulista de 2015.
Já o Corinthians fez o que outros clubes brasileiros têm feito desde que estádios foram construídos e reconstruídos para a Copa do Mundo: aumentou o preço do ingresso conforme o campeonato avança e se torna mais decisivo. O tíquete médio na quarta de final, contra a Ponte Preta, foi de R$ 70,40, muito acima tanto da própria média na competição (R$ 48,36) quanto do valor mais barato (R$ 39,47), do jogo com o São Bernardo na primeira fase. O público, 32.438 pagantes, foi o maior que teve na competição, bem como a receita bruta, R$ 2,2 milhões. A líquida só não foi também a maior porque, por causa da divisão com o adversário, o Corinthians embolsou R$ 631 mil, mesma quantia levada para casa pela Ponte.
Na soma dos nove jogos em casa neste Paulista, o Corinthians tem lucro de R$ 6,2 milhões.
A comparação dos números de um clube com outro não é, aqui, o ponto central. O Palmeiras tem seu estádio há menos tempo do que o Corinthians, portanto ainda goza do fator novidade entre boa parte da torcida, tem melhores resultados recentes com sócios-torcedores e teve um clássico a mais em casa na primeira fase do Paulista, todas diferenças que explicam por que tem quase o dobro de lucro em relação ao rival. O ponto é que, nesta rara ocasião do futebol brasileiro, o Palmeiras inverteu a lógica. Cobrou mais barato pelo ingresso em uma partida decisiva, colocou mais torcedores no estádio e arrecadou tanto quanto arrecadava com entradas mais caras. Aos poucos se aproxima do que poucos clubes no Brasil conseguiram em seus novos estádios: chegar ao equilíbrio entre estádio lotado e bolso cheio.
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