Zé Roberto perdeu dois jogos por uma lesão na coxa (Foto: Ale Cabral)
Zé Roberto voltou a sofrer uma pequena lesão na coxa direita, e é dúvida para o Dérbi de domingo. Para fazer o camisa 11 recuperar-se a tempo da semi do Paulista, o Verdão irá monitorá-lo diariamente e aposta em um tratamento de lesões inovador, iniciado neste ano e que vem agradando no clube.
Diferentemente do costume, a comissão mescla trabalhos físicos e no DM de forma mais rápida, e com isto considera-se que o atleta consegue se recuperar antes, também.
– O Zé teve um incômodo em um músculo que não é o principal do adutor. Tem gente que consegue responder com o músculo lesionado, cada um tem um limite de dor. Esta resposta vamos ter durante a semana, de como ele vai responder à carga que vamos impôr e como vai regenerar o músculo – disse Thiago Santi, preparador físico do clube, ao LANCE!.
– A gente começa a mobilizar o músculo quando ele lesiona, e isto acelera o processo de recuperação. Mas cada um responde de um jeito. Talvez o músculo dele precise de um tempo a mais para se recuperar do que de outros – reforçou Santi.
A prática ainda é nova, e chegou a surpreender os jogadores no início de ano, já que são feitos trabalhos de força mesmo com o músculo lesionado. Em casos como o de Zé Roberto, passar confiança ao jogador de que este método, embora novo, pode fazê-lo voltar a campo antes, é decisivo.
– (Com o Zé Roberto) Por não ser o músculo principal, precisamos recuperar a confiança do atleta. Tem quem joga com músculo lesionado, e tem quem não consegue. Se a gente conseguir passar uma confiança para ele, dos procedimentos que temos feito, deixar ele confiante, a possibilidade dele atuar domingo vai ser muito maior – explicou o preparador.
Esta nova metodologia tem importância principalmente na parte física, mas com o cuidado para evitar que o jogador não realize esforços antes do prazo premeditado.
– O que a gente não pode fazer é, por exemplo, treinar finalização com o jogador que sentiu um incômodo. Mas ele mantém a parte física.
Nessa terça, seguindo esta filosofia, Zé Roberto fez tratamento no departamento médico junto de trabalhos na sala de musculação. Caso o capitão não possa jogar, as opções para o setor são escassas - o lateral-direito João Pedro, improvisado, é o favorito a jogar.
CONFIRA UM BATE-BOLA COM THIAGO SANTI, PREPARADOR FÍSICO DO VERDÃO:
O que o clube mudou de métodos no tratamento das lesões musculares dos jogadores?
Dificilmente vamos encontrar isto em outro lugar. Estamos tentando quebrar alguns paradigmas. Antes, em todo lugar se iniciava a transição quando o atleta não tinha mais dor. Ele ficava muito tempo sem trabalhar o músculo lesionado. Hoje, o atleta sofre a lesão, e a gente começa a transição para acelerar a recuperação.
Qual a vantagem de regenerar o músculo desta forma?
Quando a gente regenera, não forma a fibrose, que é o grande problema da recuperação. Se a gente demorar para fazer isso, acaba formando a fibrose. O músculo é elástico, mas a fibrose não. Quando o atleta estica o músculo, rompe de novo. A cicatrização é melhor quando você regenera.
Este tipo de tratamento é algo que só o Palmeiras faz no Brasil?
Não sei se só o Palmeiras que faz, mas é bem novo, a gente começou agora.
Quando o jogador retorna, ele já está com o músculo 100% recuperado?
Funcionalmente, ele está mais preparado do que se tivesse demorado para mobilizar. O que é a mobilização? É bicicleta? Não. É o trote? Não. Isso aí já era feito. O grande lance é você colocar treino de força no músculo lesionado. As células satélites começam a ir para o músculo lesionado. No treino de hipertrofia, você está gerando microlesões, para depois essas células regenerarem o músculo, aumentando a força dele. A gente faz justamente isso. Mobilizamos ele, as células tomam conta desse músculo e aceleram a recuperação.
Se já tivesse um estudo como este antes, poderia se evitar problemas como os do Valdivia?
Poderia, com certeza. Mas cada atleta responde de uma forma e não tem como dizer que daria para fazer antes, é um estudo novo. A tendência é cair a incidência de fibrose, relesão...O jogador quase não para (de treinar).
O quanto pesa a tecnologia para ajudar nesta mudança?
Faz muita diferença. O grande motivo das lesões é o calendário você não tinha uma pré-temporada decente, não dá tempo de recuperar entre os jogos. Com tecnologia para controlar, podemos prever o que vai acontecer na musculatura do atleta.
TESTES EM 2015
Cleiton Xavier
Então sem jogar desde novembro, Cleiton Xavier sentiu um desconforto muscular em março, quando ainda só treinava. O clube usou este novo tratamento no meia, e considera que teve melhores resultados. Após ser regularizado, ele estreou nas quartas de final, no domingo.
Alan Patrick
O meia sofreu um estiramento na coxa esquerda em março, e o Verdão considera que acelerou seu retorno em torno de dez e 15 dias. Ele voltou a atuar, mas levou uma nova pancada no local. Por isto voltou a fazer tratamento, e foi cortado do Paulista.
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