Mouche já faz exercícios no gramado da Academia de Futebol (Cesar Greco - Palmeiras)
Menos de três meses após passar por cirurgia no joelho direito, o argentino Mouche já dá seus primeiros piques e até calça chuteiras para fazer alguns exercícios físicos no gramado da Academia. A recuperação dele tem impressionado, e a comissão técnica deve tê-lo à disposição já na parte inicial do Campeonato Brasileiro.
- Está evoluindo muito bem, muito rápido. Mais rápido que o previsto. O mais difícil é conservar a paciência, ficar olhando meus companheiros jogarem e treinarem. É difícil, porque você tem muita gana de estar treinando, de jogar, de participar desse novo processo do Palmeiras.
Mas a verdade é que estou em um momento de crescimento, muito mais maduro - disse o jogador de 27 anos, que passou por uma cirurgia semelhante no joelho esquerdo quando tinha 19, ao LANCE!.
O atacante rompeu o ligamento cruzado anterior do joelho direito no primeiro amistoso de 2015, contra o Shandong Luneng (CHN), e operou em 23 de janeiro.
Neste tipo de caso, o atleta lesionado costuma demorar seis meses para voltar a treinar com bola e até oito meses para participar de jogos - Rodrigo Caio, do São Paulo, demorou sete meses e meio. O Verdão espera que Mouche inicie atividades intensas com bola entre o quarto e o quinto mês para ter condições de voltar com seis meses.
- Ele está muito acima da média. A gente obedece certos critérios para evoluir. Ele sempre obedece todos os pré-requisitos. Poderia até estar uma fase acima do que está, mas não tem necessidade de acelerar tanto. Mas ele, sem dúvida, é um diferenciado - disse o fisioterapeuta do clube, Jomar Otttoni.
No início da semana, Mouche começou a dar piques leves na sala de musculação. Na terça, ele voltou a usar chuteiras e foi ao gramado para trabalhos físicos. O próximo passo será fazer uma ressonância para saber como está o enxerto colocado para substituir o ligamento rompido.
- O médico vai ver se está tudo dentro da normalidade. Com mais um mês, já vai correr normal e trabalhar salto sem nenhuma intercorrência - acrescentou Jomar Ottoni.
- Na primeira etapa depois da cirurgia fiquei com a família, os amigos (na Argentina), recebi muito afeto e carinho. Você precisa disso nos momentos difíceis - disse Mouche.
Confira uma entrevista exclusiva com Mouche:
No fim do ano, vários clubes argentinos te procuraram. Por que você permaneceu no Palmeiras?
Tenho consciência de onde estou. Não queria ir embora daquela forma. Cheguei há pouco, disputei meio campeonato, brigamos pelo rebaixamento... Ninguém merece sair de um clube tão grande assim. Eu queria revanche, por respeito ao torcedor, à diretoria que confiou em mim. Queria retribuir esse carinho. Comecei o ano com fé de vitórias.
Quando você estava emprestado pelo Boca ao Arsenal (ARG), operou o joelho esquerdo. A experiência ajuda na recuperação?
Hoje estou em uma idade que posso encarar de outra forma. A primeira lesão de joelho foi com 19 anos, era muito novo, a ansiedade era muito maior. Agora tenho 27 anos, estou mais maduro, mais tranquilo. Acho que é diferente. Na primeira lesão, tinha acabado de começar a jogar na primeira divisão e queria voltar mais rápido, ficava mais nervoso. Agora tenho consciência de que há um tempo determinado para ficar fora dos gramados.
Os argentinos parecem perfeitamente adaptados ao Brasil...
Normal que aconteça uma integração, de adaptação nos primeiros meses. Você chega a um país novo, é toda uma mudança, você tem que se adaptar. Essa adaptação passou.
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