Estrutura de um dos telões do Allianz Parque: repare o tamanho do operário ao lado dele (Ari Vicentini/LANCE!Press)
Com 87% da obra concluída, a WTorre ergueu a estrutura dos megatelões do Allianz Parque e segue a reforma nos trabalhosos acabamentos da nova casa do Palmeiras. As duas telas terão 103 metros quadrados cada, maior do que as usadas nos estádios da Fifa (96 metros quadrados): cada telão equivale a 200 TVs de 42 polegadas.
A WTorre ergueu as estruturas que os sustentarão: ficam presas na cobertura, no alto de cada curva. O custo aproximado de cada um é de R$ 3,5 milhões. A parceira reafirma que tudo estará pronto no fim de junho. Após um tour completo pelo estádio, cinco editores do LANCE! deram suas impressões sobre a casa palmeirense, que pode ser inaugarada em agosto, mês em que o clube vai completar 100 anos. Confira:
Sai o velho, vem o novo caldeirão
Por Thiago Salata, editor do Núcleo Palmeiras no L!
É inevitável que lembranças do antigo Palestra venham à memória a cada passo dentro do Allianz Parque. Quem frenquentou o velho estádio olha para o novo e compara: como era e como ficou (ou ficará) cada espaço?
Os limites do atual são praticamente os mesmos do antigo, dentro da área do clube. Mas serão cerca de 43 mil pessoas contra quase 28 mil de 2010, a “última capacidade”. O resultado é um caldeirão prestes a ficar a pronto. O anel superior, que deve ter cadeiras muito próximas uma das outras, é bem inclinado. As barras de ferro, já instaladas, são exigências de segurança.
Os ônibus das equipes não entrarão mais pela Avenida Francisco Matarazzo, e sim pela Rua Turiassu, o local do “esquenta” dos palmeirenses. Dá para imaginar como será a recepção em decisões.
A torcida visitante terá um dos oito setores reservado no “escanteio” da antiga piscina. Haverá alviverdes em cima dos adversários, nos camarotes e no anel superior.
As áreas de circulações parecem adequadas. Vestiários e salas de imprensa serão amplos. Ainda estão crus. A impressão que dá é de que não estarão prontos no fim de junho, como promete a WTorre (o estádio já deveria estar entregue, aliás). Fato é que serão de primeira linha. Num caldeirão alviverde.
‘Velho’ Palestra só em imagens
Por Thiago Perdigão, editor do LANCE!
A experiência é totalmente nova. Esqueça o velho Palestra Itália, que continua “vivo” apenas na parte da arquibancada que não pôde ser demolida por problemas burocráticos.
Fica difícil lembrar de como eram e em que lugares ficavam suas referências do Palestra Itália. No Allianz Parque tudo parece mais perto, mesmo com estruturas muito maiores. Nos andares superiores, a verticalidade impressiona. Não dá a sensação que você cairá de lá, mas é quase isso. Por dentro, grandes espaços de circulação e a promessa de muito conforto.
Em uma visita, o ex-jogador Edmundo disse que seria muito difícil jogar no novo estádio. O projeto parece ajudar o barulho. O som deve ficar “armazenado” na Arena. Pior para os rivais? Sim, mas os palmeirenses também devem sofrer com as cornetas em fases ruins.
Os jogadores terão mais espaço e conforto nos vestiários. A imprensa terá salas de entrevistas em maior número e tamanho.
Se não é luxuosa como outras, a promessa é de muito conforto.
Ótimo para o torcedor do Verdão, que sempre gostou muito do seu estádio, mesmo com alguns problemas. Mas ainda demorará um tempo para o torcedor curtir essa nova experiência. O prazo de entrega em junho parece otimista neste ponto.
Com padrão Fifa sem a Fifa
Por Luiz Fernando Gomes, editor-chefe do LANCE!
Com ou sem razão, de um lado ou de outro, Palmeiras e WTorre podem ter ene motivos para trocar farpas e alimentar disputas em torno da Allianz Parque.
Mas uma coisa é inegável: o que está surgindo no lugar do antigo Palestra é um estádio à altura dos mais modernos do planeta, um estádio de padrão Fifa, e o que é melhor, sem que tenha de se submeter às amarras, às exigências e, por que não dizer, ao caprichos da Fifa.
O Allianz não tem firulas, caminha para ter, ao menos estruturalmente, tudo o que uma arena precisa para funcionar bem, seja nas áreas de circulação dos torcedores, seja nos vestiários, nos camarotes, no setor dedicado à mídia.
A sensação de quem chega é a de entrar num caldeirão. A inclinação acentuada das arquibancadas faz com que mesmo quem fica lá no alto esteja “próximo” do campo. O que, somado ao formato da cobertura, fará com que o som da torcida se multiplique ali dentro.
E isso, ficou claro para mim, será a alma da nova arena. Algo fundamental e impossível de se conseguir nos estádios abertos, como a Arena de Itaquera ou o Engenhão.
Ainda falta muito para ficar pronto. Me parece otimista demais a previsão de acabar as obras em junho. Mas, há de levar-se em conta, clube e parceiro só dependem deles mesmos, sem governos e sem Fifa, para ditar o ritmo final. E isso, não tem preço, que o digam Atlético-PR, Corinthians e Inter em suas experiências recentes.
Que o torcedor se modernize
Por Rafael Bullara, editor do LANCE!
A nova casa palmeirense será entregue em breve ao torcedor e o velho Palestra ficará somente na memória. Assim como a modernidade chegou ao Allianz Parque, o torcedor também precisará evoluir a partir de agora.
Quem estava acostumado a sentar no concreto ganhará cadeiras. As comidas pouco convidativas serão substituídas por um cardápio típico italiano. O prédio garagem com capacidade para dois mil veículos facilitará a chegada de quem for aos jogos. Essas são só algumas das transformações que estão por vir em um futuro próximo.
Toda a infraestrutura e tecnologia vão mudar o conceito que o palmeirense tinha de estádio e ele terá grande parcela para manter tudo em ordem daqui para frente.
O Allianz Parque terá mais setores do que as tradicionais arquibancadas, cadeiras descobertas e cobertas e o setor Visa, implantando nos últimos anos do velho Palestra Itália. O novo palco promete uma acústica de respeito e a parte superior aos camarotes tem uma inclinação que propicia a formação de um verdadeiro caldeirão.
Quem frequentava o antigo estádio terá um choque quando reencontrar o Palestra. O choque de cultura e respeito dos usuários precisará ser o mesmo. Esse é o caminho para celebrar o Allianz Parque.
Um lar com alma palestrina
Por Alessandro Abate, editor do LANCE!
O Allianz Parque tem os requisitos necessários para fazer o Palmeiras se reinventar e se revigorar. Isso porque a arena não pretende ser apenas um gigante de concreto, mas uma casa com alma palestrina.
Exceto pela antiga arquibancada que não pôde ser retirada por uma questão burocrática, encarecendo e dificultando a obra, é difícil associar os novos lugares com as velhas lembranças.
Mas estampar pilares de sustentação com fotos históricas, o museu no subsolo, restaurantes com comida italiana e camarotes para os ídolos são alguns detalhes planejados para criar uma atmosfera com raízes.
O novo lar reúne o que há de mais moderno em instalações esportivas e aspectos fundamentais para um time de futebol. Possui uma acústica planejada para não incomodar os moradores do bairro, mas capaz de tornar seu interior ensurdecedor, e uma visão perfeita em todos os seus setores, com a sensação de proximidade do campo.
Além disso, a arena deve criar um vínculo maior com os torcedores em espaços como a loja oficial e restaurantes que devem abrir mesmo em dias sem jogos. Isso sem falar na estrutura para shows. A casa alviverde imponente vai estar sempre de portas abertas, enaltecendo o orgulho de ser palmeirense.
Etapas do acabamento
Drenagem e gramado
50% do sistema de drenagem já foi instalado no espaço destinado para o campo. A grama está sendo plantada no Rio Grande do Sul e São José dos Campos. A expectativa é de que possa ser colocada em maio no estádio.
Cadeiras e cobertura
A WTorre diz que a instalação das cadeiras vai começar até o fim deste mês. Elas já estão compradas. Em três tons de verde, formarão um desenho. As telhas da cobertura estão colocadas, faltam parte, em acrílico.
Partes internas
Poucas partes estão com piso finalizado. Vestiários, salas de imprensa, etc, estão ainda em concreto e com obras.
Os dramas do Allianz Parque
Briga na arbitragem
Uma divergência na leitura do contrato vai levar Palmeiras e WTorre para a arbitragem para decidir como será a divisão na comercialização das cadeiras. Isso pode levar até dois anos. A empresa diz que isso não deve impedir a abertura do estádio, a partir de julho. Já o presidente do Verdão, Paulo Nobre, já deixou claro que não tem certeza de que o Alviverde irá mandar jogos na arena em 2014. Seis datas para eventos estão reservadas.
Prazos não cumpridos
Questionada agora pelo L!, a WTorre reafirma: o estádio estará pronto no fim de junho. Desde 2010, no entanto, vários prazos, oficiais, não foram cumpridos pela parceira do Palmeiras na obra.
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