Técnico crê que seu jogador mais caro pode abandonar a marca de ser desfalque com frequência
Oswaldo de Oliveira já se impressionou com a repercussão das ações de Valdivia, mas é fã do chileno, como mostrou ao liberá-lo para “axezar ou frevar” no Carnaval mesmo machucado. O técnico até compara a situação que vive com as que encarou comandando Marcelinho Carioca no Corinthians e Romário no Vasco.
“Claro que levamos em consideração o que já se passou. Mas, quando você constata e convive, é outra história. Passei isso com o Marcelinho no Corinthians e o Romário no Vasco”, indicou o treinador, rebatendo os frequentes jogos em que o camisa 10 desfalcou o Palmeiras em quase cinco anos nesta passagem – em 2015, por exemplo, só atuou três vezes.
A comparação nas carreiras é absurda. Romário foi eleito o melhor jogador do mundo pela Fifa em 1994, foi o destaque do Brasil campeão da Copa do Mundo daquele ano, além do título brasileiro sob o comando de Oswaldo no Vasco, em 2000, além de diversas outras conquistas e artilharias em torneio que o tornam ídolo da Seleção, do Vasco, do Flamengo, do Barcelona e do holandês PSV.
Marcelinho Carioca, por sua vez, é um dos jogadores com mais títulos na história do Corinthians – com Oswaldo na comissão técnica do clube, foi bicampeão brasileiro em 1999 e 2000 e Paulista em 1999. Também acumulou conquistas em Flamengo e Vasco. Bem diferente de Valdivia, que jogou cerca de metade das partidas desde que voltou ao Palmeiras, em agosto de 2010, venceu só o Paulista de 2008 e a Copa do Brasil de 2012 com a camisa do clube e pouco ajudou na campanha do rebaixamento no Brasileiro de 2012.
Mas Marcelinho e Romário provaram a Oswaldo que é possível mudar de vida, como ele espera de Valdivia. “Não tenho sombra de dúvida de que tudo na vida é muito cíclico. Você pode ter vivido de uma forma até hoje e, de agora em diante, fazer isso de outra forma, dadas as circunstâncias e as pessoas com quem se relacionado. Não posso tirar meu otimismo pegando os exemplos ruins dos números, me respaldo pelo que tenho visto dele”, argumentou.
“O meu convívio com o Valdivia tem sido muito bom desde janeiro. Sempre que chego, até de forma inesperada, eu o vejo trabalhando, empenhado, mobilizado para fazer o melhor. Quando passou para o campo, ficamos mais próximos, e ele demonstrou ainda mais vontade, de forma muito clara. O que ele tem proporcionado à equipe nos treinos e nos jogos me deixa ainda mais à vontade”, prosseguiu.
Para confirmar a boa impressão que tem, a expectativa de Oswaldo é de que seu jogador mais caro tenha condições físicas de suportar os 90 minutos do Derby de domingo, jogo único da semifinal do Campeonato Paulista, em Itaquera. O treinador conta com o chileno, principalmente, por sua capacidade técnica, mais do que seu costume de irritar rivais quando entra em campo.
“Gosto do craque, do jogador que faz gol e a equipe produzir. Desde que a personalidade e o comportamento não afetem a forma de a equipe jogar, não há o menor problema. O Valdivia é um jogador com qualidade que faz os companheiros evoluírem e sentirem isso. A participação dele é muito importante para nós. Mesmo que não inicie o jogo, a partir do momento em que entra, realmente nos ajuda bastante. Com certeza, passa segurança para os outros”, analisou.
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