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A Gazeta destacou título do Palmeiras, Brandão foi carregado, Djalma Santos festejou e Julinho fez 1º gol
O pai de Modesto Roma Júnior, atual presidente do Santos, acompanhou no Pacaembu a decisão do Super Campeonato Paulista 1959. O time palmeirense, campeão com um gol de falta marcado por Romeiro no terceiro e decisivo jogo, foi o embrião da Academia de Futebol.
O Palmeiras, comandado pelo técnico Oswaldo Brandão, contava com ícones da Primeira Academia, como Julinho Botelho, Djalma Santos e Valdir Joaquim de Moraes. Juntos, em 1965, eles vestiram a camisa da Seleção Brasileira no amistoso que marcou a inauguração do Mineirão, contra o Uruguai.
“O time ganhador do Super Campeonato Paulista já tinha o estilo de jogo que seria aprimorado durante a Academia de Futebol. Foi a base de tudo. A dupla Zequinha e Chinesinho é tão importante quanto a parceria entre Dudu e Ademir da Guia”, disse José Ezequiel Filho, estudioso da história do Palmeiras.
No recorte histórico, o reinado da Academia começa com o Super Campeonato Paulista de 1959 e termina com o Estadual de 1974, conquistado diante do Corinthians. Neste intervalo, o Palmeiras ganhou nada menos que seis títulos nacionais, hoje com status de Campeonato Brasileiro.
O período coincide com o auge do futebol nacional, entre o título mundial da Copa da Suécia 1958 e a defesa do tricampeonato na Alemanha 1974. Na época, a briga por conquistas era protagonizada pelos maiores craques em atividade, a começar pelos do poderoso Santos.
De 1958 a 1969, somente o Palmeiras, campeão em 1959, 1963 e 1966, e o Santos ganharam o Campeonato Paulista. Modesto Roma, pai do atual presidente do Peixe, acompanhou no Estádio do Pacaembu a derrota do time de coração por 2 a 1 no terceiro e decisivo confronto de 1959.
“Modesto Roma estava pálido, cabisbaixo, colado ao alambrado do Pacaembu”, informou o jornal A Gazeta Esportiva em sua edição de 11 de janeiro de 1960. “Santo Deus! Perdemos o campeonato.
Jamais esperaria que nos acontecesse uma coisa dessas”, disse o pai do atual mandatário.
Fernando Dantas/Gazeta Press
Pai de Modesto Roma Júnior (foto) chorou 1959
Pepe, campeão mundial com a Seleção Brasileira, não conseguiu conter as lágrimas. “Essa derrota foi uma desgraça. Estou desiludido com a perda de um título que tanto ambicionava”, disse o jogador, com dificuldade. Pelé, segundo o periódico, “mostrava-se profundamente aborrecido."
O Santos era o defensor do título e contava com jogadores como Dorval, Jair da Rosa Pinto, Pagão, Pelé e Pepe, além de Dalmo e Zito. Apesar da surpresa de Modesto Roma com o resultado, o Palmeiras foi superior dentro de campo, segundo A Gazeta Esportiva.
“Verifica-se que o Palmeiras foi mais time individual e coletivamente. Os lenços brancos surgiram nas populares, arquibancadas e numeradas. O futebol de São Paulo tinha um novo campeão: o Palmeiras. Um campeão que merecera o cetro, que merecera mesmo”, opinou o periódico.
Ao final da partida, o gramado do Pacaembu foi invadido pelos torcedores e o técnico Oswaldo Brandão, emocionado, deu a volta olímpica nos ombros dos fãs. Em êxtase, a bandinha do Palmeiras, enquanto o público deixava o estádio, tocou a marchinha “Mamãe eu quero” para comemorar.
FICHA TÉCNICA
PALMEIRAS 2 x 1 SANTOS
Local: Estádio do Pacaembu, em São Paulo (SP)
Data: 10 de janeiro de 1960
Árbitro: Anacleto Pietrobom
Gols: Julinho Botelho e Romeiro (PAL); Pelé (SAN)
PALMEIRAS: Valdir Joaquim de Moraes; Djalma Santos, Valdemar Carabina, Aldemar e Geraldo Scotto; Zequinha e Chinesinho; Julinho Botelho, Américo, Romeiro e Nardo
Técnico: Oswaldo Brandão
SANTOS: Laércio; Urubatão, Getúlio e Dalmo; Formiga e Zito; Dorval, Jair da Rosa Pinto, Pagão, Pelé e Pepe
Técnico: Lula
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