“A gente gosta de campeonato grande, de coisas maiores, não disso.” Foi assim que Guerrero lidou com o Campeonato Paulista, do qual está eliminado com o Corinthians. Declaração que Oswaldo de Oliveira, técnico do Palmeiras que superou o arquirrival nos pênaltis no domingo, entende. Porém, fazendo ressalvas contra qualquer menosprezo ao torneio.
“Obviamente, o Campeonato Brasileiro é mais importante. Mas, por tradição e sequência de história, não podemos interromper os Estaduais. Seria deixar de contar uma história importantíssima para a vida dos clubes, é como amputar um membro de uma pessoa”, comparou Oswaldo, dando uma lição da história do futebol brasileiro ao peruano.
“O berço do futebol brasileiro são os Estaduais, tudo começou com esses campeonatos, principalmente em Rio de Janeiro e São Paulo, pela maior concentração de grandes clubes. As primeiras Seleções Brasileiras que vi reuniam unicamente jogadores do eixo Rio-São Paulo. É o núcleo onde o futebol brasileiro explodiu e ganhou a grandeza que tem até hoje”, indicou.
O comandante do Palmeiras, contudo, fez questão de evitar polêmica com o centroavante rival. “É natural que isso aconteça. Provavelmente, ele tem que manter o foco no que tem pela frente e é inegável que a Libertadores tem mais peso do que o Estadual. Mas estamos felizes na final, como todos no Corinthians também estariam se fossem finalistas, com certeza”, apostou.
Permanentemente tranquilo, Oswaldo de Oliveira demonstrou sua adoração aos Estaduais até ao fazer sugestões de melhora. A indicação é simples: diminuir o número de jogos dos grandes clubes, possivelmente com a redução de participantes, já que o período de disputa é curto.
“É possível melhorar. Esse membro pode ficar mais forte se for trabalhado com inteligência e flexibilidade. Não tenho conhecimento da estrutura geral e da importância financeira de 20 clubes disputando um campeonato de três meses, mas acho exagerado. A essência dos Estaduais são os grandes clubes, a atração são os clássicos, e isso deveria ser preservado. Dando margem a clubes como Bragantino, Novorizontino, Paulista, Ponte Preta e São Caetano, mas com calendário menor”, opinou.
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