Oswaldo conheceu Marcelo no ano passado e ficou tão amigo que não acha ruim ser vice-campeão paulista
“O Marcelo quer vir para São Paulo tomar uma e sempre nos convida para uma pelada em Santos. Mas demos uma treguazinha nesta semana.”
As declarações de Oswaldo de Oliveira mostram a amizade com o “parceirão” Marcelo Fernandes, uma relação que o faz até não achar tão ruim o Palmeiras perder o título paulista para o Santos. Mas toda essa aproximação precisa ficar de lado nas finais que começam neste domingo.
Oswaldo tem 64 anos, dois títulos brasileiros e dois estaduais entre suas principais conquistas na carreira, sendo o único técnico da história a comandar os oito clubes grandes no Rio de Janeiro e em São Paulo e ídolo no Kashima Antlers a ponto de ter sido cotado para assumir a seleção japonesa há alguns meses. Do outro lado, Marcelo Fernandes, aos 44 anos, está à frente do Santos há um mês e meio.
O que eles têm em comum? Trabalharam juntos no Santos por cerca de nove meses em 2014, construíram uma amizade saudável e agora têm o desafio de confrontarem ideias, métodos e a situação de como lidar contra um adversário que conhece sua forma de trabalhar, agir e pensar futebol.
“Isso é um perigo. Tive uma integração tão grande com o Marcelo que, em determinado momento, ele era meu confidente. Como ele sempre teve bons conselhos, trocávamos muita ideia. Ele sabe meus meandros, conhece muito as minhas alternativas, o que projeto como mudanças. Sabe bastante. Mas hoje estamos em equipes distintas e, no Palmeiras, tenho outras demandas que ele não conhece como conhecia lá”, comentou Oswaldo, demitido do Peixe em setembro – em 2014, teve 25 vitórias, nove empates e dez derrotas, foi vice-campeão paulista e deixou a equipe nas quartas de final da Copa do Brasil e na 11ª colocação no Campeonato Brasileiro.
“Ajuda (conhecer o técnico adversário), como ele também conhece bem o elenco do Santos. O Oswaldo é amigo próximo meu, só que somos profissionais. Amigos para sempre, mas ele luta pelo pão dele e eu, pelo do Santos. Ele tem a filosofia dele, é malandro, pode tentar outra coisa”, apostou o treinador santista, com nove vitórias, dois empates e apenas uma derrota até agora no cargo.
Antes de assumir o time da Vila Belmiro, Marcelo Fernandes fez parte da comissão técnica permanente do clube por cinco anos, trabalhou com Muricy Ramalho, Claudinei Oliveira, Oswaldo de Oliveira e Enderson Moreira, a quem sucedeu no cargo, e traz toda essa bagagem para tentar levar o Peixe ao título do Paulistão. “A experiência é tudo em um esporte como o futebol.
O Oswaldo de Oliveira tem uma carreira irrefutável, como o Muricy. Estamos chegando, aprendendo com esses profissionais. Temos a nossa filosofia. Daqui a 20 anos, se eu tiver o mesmo patamar está ótimo”, afirmou.
Projeção à parte, o desejo do novato Marcelo é já começar a carreira com um título paulista. Algo que o veterano Oswaldo quer com a mesma intensidade. “Quem está iniciando tem aspiração, entusiasmo, volúpia de vencer.
Mas nós, mais antigos, não perdemos isso. Só temos uma pouco mais de tranquilidade para encarar esse tipo de situação. A anestesia, a adrenalina, o prazer de vencer um título é uma coisa muito boa. Rejuvenesce. Olhem como estou novinho”, sorriu o comandante do Palmeiras.
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