Ignorados, únicos moradores da rua Palestra Itália reclamam de mudança

28/4/2015 07:40

Ignorados, únicos moradores da rua Palestra Itália reclamam de mudança

Ignorados, únicos moradores da rua Palestra Itália reclamam de mudança

Hermann Albrecht e a esposa corintiana Neusa são os únicos que têm a Rua Palestra Itália no endereço



A verdadeira rua Palestra Itália tem menos de 400 metros de extensão, calçamento precário e apenas uma casa. Localizada em Parelheiros, bairro da Zona Sul de São Paulo, a via mudará de nome por decisão da Câmara Municipal, que decidiu batizar de Palestra Itália o trecho da Turiassu diante da sede da centenária Sociedade Esportiva Palmeiras.



A lei promulgada na última semana determina que o trecho da Turiassu entre as ruas Cayowaá e Carlos Vicari, com aproximadamente 600 metros, passe a ser chamado de Palestra Itália. A norma ainda estabelece que a verdadeira rua Palestra Itália, localizada a quase 40 quilômetros da sede do Palmeiras, seja batizada como rua do Terceiro Lago.



O projeto, idealizado pelo Palmeiras na gestão de Paulo Nobre, foi encampado pelos vereadores Antônio Donato (presidente da Câmara Municipal), Nelo Rodolfo, Roberto Tripoli, Calvo, Antônio Carlos Rodrigues, Senival Moura, Sandra Tadeu, Marquito, Reis, Vavá, Laércio Benko, Ricardo Nunes, Andrea Matarazzo e Pr. Edemilson Chaves.



De acordo com os responsáveis pela lei, houve uma consulta prévia aos proprietários de imóveis na Turiassu e 70% aprovaram a alteração de nome do trecho em questão. Os moradores da verdadeira rua Palestra Itália, no entanto, foram ignorados. Não seria difícil buscar a opinião deles, já que há apenas uma casa com frente para a via localizada em Parelheiros.





A rua Palestra Itália, localizada em Parelheiros, a 40km do clube, tem algumas palmeiras plantadas na esquina



“Fui pega de surpresa. É você que está trazendo essa informação para a gente agora. Deveríamos ter sido consultados. Já que consultaram os moradores da Turiassu, por que não fizeram o mesmo aqui? Qual é a diferença? Só porque aqui é uma única casa ou porque estamos longe do centro? Não é justo”, reclamou a tradutora Neusa Galindo Albrecht.



A Gazeta Esportiva procurou Antônio Donato por meio da assessoria de imprensa da Câmara Municipal, mas foi informada que o mais indicado para tratar do tema era Nelo Rodolfo. A assessoria de Rodolfo, por sua vez, explicou que a homenagem ao Palmeiras na rua de sua sede está “dentro de um contexto histórico” e garantiu que o nome para falar sobre a Palestra Itália de Parelheiros era o de... Antônio Donato. Em novo contato, a assessoria de Donato alegou que ele estava ocupado e sugeriu buscar um dos outros 12 autores da lei.



A verdadeira Palestra Itália fica no condomínio Parque do Terceiro Lago, às margens da Represa de Guarapiranga, entre o Clube de Campo da Sociedade Esportiva Palmeiras e o Solo Sagrado, área de contemplação e meditação construída pela Igreja Messiânica do Brasil. No projeto inicial, todas as casas dariam fundos para a pequena via, mas Hermann Albrecht decidiu construir sua residência com a frente voltada para a rua em 1995 e é o único a tê-la no próprio endereço.



O casal Galindo Albrecht trabalha em casa com traduções e está receoso com a parte burocrática da mudança de nome de Palestra Itália para rua do Terceiro Lago, já que usa o endereço residencial para movimentar a empresa. “Tem toda a papelada da firma, boletos de cobrança e tudo o mais. Vamos precisar mexer nisso. Por enquanto, não fomos orientados como proceder”, afirmou o marido.



Ele não gosta de futebol e foi ao estádio pela última vez apenas para levar o filho. Neusa, porém, é corintiana. “Por ela, seria rua Corinthians”, sorriu o tradutor. A alteração pode servir, pelo menos, para acabar com as gozações. “Sempre que falo meu endereço para alguém, perguntam: ‘Você é palmeirense?’. E eu respondo: ‘Não, sou corintiana!’”, contou a a esposa, rindo.



A verdadeira Palestra Itália é uma travessa da rua Sociedade Esportiva Palmeiras, via com um muro para separar o Parque do Terceiro Lago do terreno ocupado pela sede campestre do clube. O aposentado Clóvis da Silva, 80 anos, que disse ser o primeiro morador do condomínio, deu de ombros para a alteração, mas não faria o mesmo se o próprio endereço estivesse ameaçado.







“Mudei pra cá por razões de saúde da minha mulher em 1983 e gastei mais de mil metros de fio para ligar o telefone na portaria, porque naquela época não tinha rede”, contou o palestrino, fã dos técnicos Filpo Nuñez e Oswaldo Brandão. “Só não gostaria que mudassem o nome da rua Sociedade Esportiva Palmeiras. A não ser que fosse para o meu próprio nome”, sorriu, diante da casa com portão verde.



A Gazeta Esportiva visitou o Parque do Terceiro Lago na tarde de sexta-feira. Ao avistar o veículo da reportagem na rua Palestra Itália, a personal chef Roseli Gonzalez, curiosa, parou seu carro para conversar. De acordo com ela, a alteração no nome de uma via não está entre as prioridades dos moradores do bairro da Zona Sul da capital paulista.



“A gente tem reivindicado bastante coisa para a Prefeitura, principalmente iluminação e asfalto. É o mínimo, e já cansamos de pedir. Muitos moradores colocaram luzes do lado de fora das casas por conta própria para iluminar as ruas.



No calçamento, é a própria população que consegue brita, se junta e faz. Aqui falta energia com frequência. Então, estraga freezer, micro-ondas, televisão. Já ficamos mais de 48 horas sem força. Água encanada, está chegando só agora. Falta muita coisa”, reclamou.











3525 visitas - Fonte: Gazeta Esportiva

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