Técnico fez questão de tomar café com a imprensa após a entrevista, mas sem açúcar: "Doce já basta a vida"
“Não uso açúcar nem adoçante em nada desde 1991 porque de doce já me basta a vida.” Foi assim que Oswaldo de Oliveira chegou à sala de entrevistas da Academia de Futebol, com um bom humor característico que não lhe foge mesmo a dois dias da final do Campeonato Paulista. Não seria um funk improvisado pelo santista Robinho que o irritaria, embora tenha soado como provocação para Leandro Pereira.
O centroavante do Palmeiras pediu para os rivais “não chorarem após o apito final” depois de ouvir a música improvisada feita pelo atacante do Santos nos vestiários do Palestra Itália, avisando que vencerá o Verdão e será campeão paulista no domingo. Oswaldo, porém, abriu um largo sorriso para comentar sobre quem esteve sob seu comando até setembro.
“Foi maravilhoso. O Robinho é um cara sensacional, né? Aprendi a admirá-lo desde a minha primeira passagem pelo Santos (em 2005). É espontâneo, mas sabe quando tem que brincar, além de ser um excelente jogador. Isso faz parte da personalidade de cada um. Para mim, foi ótimo”, disse o técnico, mantendo o bom humor para não avaliar nem a qualidade da música feita por Robinho, apoiada por palmas do volante Alison e barulhos vocais do atacante Gabigol.
“Não deu nem para prestar muita atenção. Gosto de música de muita qualidade para ouvir no meu home theater ou em uma boa sala. O vídeo deles não tinha essa qualidade de voz. Ficou a marca do que o Robinho quis mostrar com o Gabriel e o Alison fazendo a cozinha”, falou Oswaldo, garantindo que não usará o funk como motivação.
“O que alguém falou, cantou ou dançou não vai nos motivar mais ou menos. A grandeza do título, a importância da partida e o que temos como objetivo já são fatores suficientemente motivadores”, avaliou, sem contestar nem a festa santista depois da derrota no Palestra Itália – basta não perder na Vila Belmiro neste domingo para o Palmeiras ser campeão.
“Eles ficaram mais alegres por causa do pênalti que erramos. Enquanto, para nós, o maior efeito é o da vitória e a evolução que a equipe tem mostrado. A comemoração deles e a nossa consciência torna o jogo ainda mais atrativo. Estamos apostando no que construímos e eles têm outro ponto de vista. Isso é muito interessante para o campeonato. Fica mais legal”, declarou.
A tranquilidade de Oswaldo o fez até lembrar Robinho que Arouca, provável desfalque do Verdão no domingo, não gostou da campanha do atacante por uma caneta no volante. “O Robinho que abra o olho”, sorriu o técnico, tão à vontade aos 63 anos que queria uma entrevista coletiva com mais duração do que os 30 minutos desta tarde. “Foi muito rápido, pô”, brincou, antes de tomar um café sem açúcar com a imprensa.
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