Prass brilhou nos pênaltis da semifinal, contra o Corinthians (Foto: Reginaldo Castro)
Se há um jogador que entende bem o que passa pela cabeça do palmeirense neste domingo, é Fernando Prass.
O goleiro acompanhou de perto a mudança de mentalidade na Academia de Futebol e depois de sofrer por dois longos anos, sabe que, se não levar gols na Vila Belmiro, deixará o estádio como campeão paulista. E, com isto, fará o Palmeiras dar o último passo nesta profunda reformulação.
– Quando se passa por dificuldades, tu dá mais valor às coisas. E aqui no Palmeiras eu passei em pouco tempo por quase tudo. Desde uma segunda divisão a uma Libertadores. Agora, uma reformulação total e uma chance de título depois de um ano tão complicado – disse, ao LANCE!.
Assim como a torcida foi durante o Estadual ganhando motivos para sorrir, o mesmo ocorreu com Prass. Finalmente com um time competitivo, o goleiro viu o Verdão esquecer frustrações: voltou a vencer clássicos, a ter sua casa como um caldeirão e um time confiável, que da pior defesa do Brasileirão de 2014, tornou-se a melhor deste Paulistão.
– É que mudou tudo. Mudaram jogadores, o clima, o treinador. Não é só defesa ou ataque, o Palmeiras hoje está mais equilibrado. Aí tu não fica com setores expostos como ficava ano passado – explicou o arqueiro.
Regular desde que chegou, em 2013, Fernando Prass pode se consagrar de uma vez com a conquista do Paulista. Nada, porém, que o faça se considerar um ídolo palmeirense.
– É difícil. Se for pegar para ver quem são os ídolos do Palmeiras, Marcos, Edmundo, Ademir da Guia, é difícil chegar a esse patamar. E também não se pode banalizar a palavra ídolo. Acho que tem que ter uma história maior ainda, mas é um segundo passo – justificou.
Goleiro levou pai e filhos para conhecer o Allianz Parque em um tour, na sexta. Identificação é grande (Foto: Divulgação)
Apesar da modéstia, Fernando Prass voltou no Brasileirão com dores para evitar a queda, e é um importante líder. Eleito o melhor goleiro do Paulistão, ficou marcado pelos dois pênaltis que defendeu do Corinthians, na semi.
Se não é ídolo, o camisa 1 está no caminho para isto. E independente do que diga, vencer o Estadual, além de marcar a ressurreição alviverde, marcará seu nome na história do clube.
CONFIRA UM BATE-BOLA EXCLUSIVO COM FERNANDO PRASS:
‘Tudo que se passa na carreira vira um aprendizado para a final’
O elenco teve privacidade quase total nessa semana. Isso pode fazer diferença na decisão?
Em uma final é tudo explorado. Qualquer coisa que se diga toma dimensões maiores. Treinos fechados acho muito válido, pois nessa altura do campeonato todo mundo se conhece. Uma jogada diferente, uma troca de posição, de sistema, bem feita, ajuda.
Você já disputou outras finais na carreira. Alguma é exemplo?
Dificilmente tu vai pegar uma final desequilibrada. Em todas que joguei foi equilibrado: Copa do Brasil, Carioca, Paranaense. A concentração é sempre muito grande. Tudo que se passa na carreira vira aprendizado para final.
Você não parece ser muito de falar no vestiário. O Zé Roberto complementa a sua liderança?
Eu converso no vestiário, mas tem coisas que não saem para vocês da imprensa. Coisas que são só nossas, que não precisamos ficar expondo.
Vocês falam em evitar o abatimento exagerado caso percam?
Nem conversamos isso.
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