João Denoni chegou ao Palmeiras quando tinha 17, após se destacar no Mirassol / Léo Barrilari/ Diário
Titular do Palmeiras aos 18 anos, João Denoni sabe dizer o momento exato em que perdeu a vez no elenco do clube. “Foi em fevereiro do ano passado. Eu havia sofrido uma luxação na clavícula no fim de 2012 e estava sem confiança nos treinos. Sentia dor só de correr, tinha medo de cair”, lembra-se. “Nessa mesma época, a diretoria começou a contratar vários jogadores, que já chegavam em condições melhores do que as minhas. Fiquei sem espaço.”
João é um dos jovens mais promissores forjados na base do Verdão nos últimos anos. Ao ser lançado na equipe profissional, em meio à frustrada luta contra o rebaixamento no Brasileiro de dois anos atrás, fez Felipão se derreter em elogios. “Ele sabe passar, chutar e marcar. Parece um veterano”, analisou o atual técnico da seleção.
Desde julho, porém, o meio-campista que pintou como promessa defende o Oeste, para o qual se transferiu por empréstimo – o contrato com o Palmeiras vai até 2017. No ano passado, ajudou o clube de Itápolis a se salvar da queda para a Série C nacional. Nesta temporada, disputou 13 jogos e marcou três gols, estes insuficientes para manter a equipe na Série A-1.
Visibilidade Denoni não reclama da sorte. “Foi chato ser rebaixado de novo, mas ganhei experiência. Fiz um bom Paulista. Não é porque o time caiu que os jogadores do Oeste são ruins”, diz. “Temos de erguer a cabeça e focar na Série B. É um torneio que dá visibilidade.”
É justamente este o objetivo do volante: jogar bem e aparecer, a ponto de ser enxergado pelo clube que o revelou.
Denoni acha que poderia ser útil ao elenco de Gilson Kleina, tão carente de volantes marcadores — o técnico não morre de amor por Eguren e gostaria de escalar Marcelo Oliveira como zagueiro, ao lado de Lúcio.
“Este é um ano importante para o Palmeiras, por causa do centenário. É natural que a diretoria e o treinador queiram jogadores mais experientes. Mas acredito em mim. Tenho certeza de que a minha hora vai chegar”, prevê João, com a paciência de quem ainda tem uma longa estrada a percorrer.
Entrevista
João Denoni_ Volante do Palmeiras, emprestado ao Oeste
‘Corria e meu ombro direito saía do lugar’
DIÁRIO_ Acha que a lesão fez você perder espaço?
JOÃO DENONI Sem dúvida, atrapalhou. Fiz fisioterapia por 20 dias antes de sair de férias. Quando voltei, sentia muita dor. Comecei a temporada abaixo dos companheiros.
Como se machucou?
Foi no jogo do título do Fluminense, em Prudente. Tive uma queda e, na hora, a dor era insuportável. Eu corria e meu ombro direito saía do lugar. Mesmo assim, fiquei até o fim porque o Kleina já havia feito as três substituições.
Por falar em Kleina, como é sua relação com ele?
Sempre foi boa. Ele me colocou como titular do time. O meu primeiro jogo pelo Palmeiras foi contra a Ponte Preta, que era treinada pelo Kleina.
Acredita que o rebaixamento para a Série B, em 2012, pesou na sua saída do clube?
Pesou, porque o elenco sofreu muitas mudanças. Mas a culpa foi de todos, não só minha.
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