Modesto Roma acredita que os clubes irão se adaptar à nova realidade (Foto: Ivan Storti/Santos FC)
Desde o dia 1º de maio, a nova regulamentação da Fifa que proíbe a participação de terceiros em direitos econômicos de jogadores entrou em vigor. A decisão da entidade máxima, anunciada no fim de 2014 e que viveu transição nos primeiros meses do ano, tem como objetivo diminuir a participação de agentes e fundos de investimento no esporte. Empresário que administra a carreira de 58 jogadores que jogarão a Série A neste ano, Eduardo Uram explicou a mudança.
- Sempre digo que o direito econômico era o glúten que unia os interesses de clubes, jogadores e empresários. A gente vai vivenciar um mercado agora sem glúten. Ninguém pode ter (direito) que não seja o clube detentor do contrato e o clube anterior, que ainda pode manter um percentual - disse.
Presidente do Santos, Modesto Roma Júnior apoia a medida por acreditar que os clubes ficarão mais fortalecidos, já que poderão negociar jogadores e receber 100% do lucro. Por outro lado, não é mais possível obter empréstimos de agentes e fundos negociando em troca parte dos percentuais de jovens jogadores.
- Até o momento que as melancias se ajustarem na carroça, vai haver problema. Mas com o andar da carroça, as melancias se assentam. (A preocupação) É pelo fato de ainda acharem que empresário tem que financiar clube. O clube precisa ter uma gestão responsável e não ser financiado por empresário - afirmou.
Uma corrente de clubes, porém, acredita que essa medida foi feita apenas para beneficiar os grandes clubes da Europa. Sem a ajuda de grupos financeiros, os sul-americanos venderão seus jogadores por preços menores, uma vez que busca por recursos aumentará. Mário Celso Petraglia, presidente do Atlético-PR, demonstra preocupação com o futuro.
- Somos dos países que faturam menos, dos clubes que arrecadam menos e não teremos o ingresso de capital de terceiros. Realmente, vamos continuar ainda mais na pobreza - afirmou.
Na Europa, onde muitos clubes são empresas, existem ações nas cortes europeias pedindo a suspensão da medida, considerada ilegal. Os clubes contrários alegam que a Fifa está intervindo na economia das instituições.
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