Atacante teria chances de ser convocado se ficasse mais um ano na Turquia, mas preferiu o Japão
Hoje no Palmeiras, Rafael Marques poderia ter no currículo jogos pela seleção turca, mas abriu mão da possibilidade há seis anos, quando aceitou proposta do futebol japonês. E não se arrepende. Mesmo tendo saído do país apenas um ano antes do que precisava para ser convocado, a possibilidade de morar na nação asiática fez a escolha valer a pena.
“Eu me naturalizei turco, mas não peguei passaporte. Senão me engano, eu teria que ficar lá por cinco anos, e fiquei quatro. Mas não me arrependo”, contou o atacante durante sua participação no programa Mesa Redonda, da TV Gazeta, nesse domingo.
“Perguntaram ao técnico Fatih Terim se tinha a possibilidade de eu servir a seleção e ele falou que sim porque tenho qualidade e seria um substituto natural, pelas minhas características, do Hakan Sukur, que jogou a Copa de 2002 e estava se aposentando. Mas fui para o Japão no outro ano e perdi contato, tudo”, contou.
Rafael Marques estava no Marília, em 2005, quando foi para a Turquia, aos 22 anos. Defendeu o Samsunspor por uma temporada e passou outras três no Manisaspor, pelo qual foi campeão da segunda divisão nacional em 2009. Mas, ainda naquele ano, aceitou proposta do japonês Omiya Ardija, iniciando uma trajetória inesquecível para ele até decidir voltar ao Brasil para jogar no Botafogo, em 2012.
“Levo o Japão no coração porque é um país sensacional. Um pouco do que sou hoje tem a ver com a cultura deles. Aprendi muito com o jeito como o povo leva a vida. É muito bacana como eles se mobilizam, se unem. É um país por quem tenho um carinho muito grande”, elogiou, contando uma história que julga ser “engraçada” para definir o empenho dos japoneses.
“Eu estava lá quando teve o tsunami em 2011. Muitos falaram para eu não voltar depois da catástrofe porque tinha problema de radiação e o país poderia piorar, mas eu falei: o Japão vai se reestabelecer antes de o Brasil fazer o primeiro estádio da Copa do Mundo. E em seis meses o país já estava reerguido, não se falava mais em tsunami, enquanto o Brasil não tinha feito nenhum estádio”, comparou, vendo benefícios até dentro de campo pela passagem na Ásia.
“Eles são educados até mesmo dentro de campo. Não são robotizados, como acham. Respeitam muito, não é à toa que os técnicos brasileiros gostam tanto de trabalhar lá. Eu mesmo volto para marcar lateral mesmo desgastado, no fim do jogo, porque sei que esse pique é essencial. Os japoneses sabem como é importante ajudar”, relatou.
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