Antenor Angeloni aceita ouvir proposta de acordo
(Foto: João Lucas Cardoso)
O Palmeiras perdeu o direito de receber o dinheiro pelas cotas de TV para ressarcir Antenor Angeloni, presidente do Criciúma e responsável por avalizar a contratação de Wesley, no começo de 2012, saindo do Werder Bremen, da Alemanha. Por determinação da Justiça, o dirigente do time catarinense tem de receber R$ 21 milhões, montante calculado pelo valor da transferência e acrescido por juros e despesas. O dinheiro tem sido depositado mensalmente em juízo e duas parcelas destinadas ao Verdão já foram pagas a esta conta, de aproximadamente R$ 1,5 milhão cada, segundo Angeloni.
O presidente do Criciúma se diz satisfeito com a solução dada pela Justiça. No entanto, ciente de que a perda deste dinheiro faz com que o Palmeiras tenha congelada outras receitas, como a de um fundo de R$ 54 milhões, ele agora se mostra disposto a conversar. Tanto é que foi procurado por representantes palmeirenses para acertar um acordo amigável sobre a questão.
- Não quero causar prejuízo a ninguém, só receber a dívida e terminar com essa confusão. Sei que o Palmeiras está investindo muito no time e ainda tem o estádio, então deve estar envolvido em financiamentos. Tanto é que eles tentaram me procurar para conversar. Eu disse a eles que meu único objetivo é receber. Eles estão se sentindo perdidos e procurando agora a melhor forma para entrar em um acordo. Dei uma autorização para o nosso advogado fazer um acordo, desde que seja algo ponderado. Ele vai escutar e me falar o que foi proposto. Tomara que achem um caminho e eu receba - disse.
Ainda segundo Angeloni, ele só se tornou avalista da negociação de Wesley por um pedido de um ex-funcionário. Convencido, ele aceitou ser o fiador da transferência, acordada para ser paga em três parcelas anuais de 2 milhões de euros (aproximadamente R$ 14 milhões à época). A diferença dos R$ 14 milhões para os R$ 21 milhões estipulados pela Justiça se refere à impostos de operação bancária, dinheiro a ser pago ao Santos (clube formador), além de uma taxa de administração cobrada pela empresa que organizou a campanha da "vaquinha" frustrada.
Agora, depois de ter de pagar todo o montante ao clube alemão e ir à Justiça atrás dos seus direitos, Angeloni diz que jamais concordaria em ser avalista novamente.
- Só vou ver esse dinheiro quando terminarem de pagar tudo e repassarem para mim - finalizou.
Atualmente, Wesley tem contrato até abril de 2015 com o Palmeiras e a partir de outubro poderá assinar um pré-contrato com outro clube. Por isso, o Verdão já iniciou as conversas para renovar o vínculo do volante, mas a negociação é complicada pelo alto salário do jogador.
Relembre o caso
Sem dinheiro para contratar Wesley, o Verdão, então presidido por Arnaldo Tirone, contou com o aval de Antenor Angeloni, presidente do Criciúma, para ser o fiador da transferência e tirar o atleta do Werder Bremen, da Alemanha. Dois anos depois, o dirigente da equipe de Santa Catarina processou o clube paulista por causa da dívida, alegando não ter recebido o dinheiro de nenhuma das parcelas acordadas.
Wesley tem contrato com o Palmeiras até abril da próxima temporada (Foto: Cesar Greco/Ag Palmeiras/Divulgação)
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