Palmeiras usou briga em jogo da A3 para mostrar que o caso de Dudu não era grave
Foto: Leonardo Benassato / Futura Press
O meia Dudu foi punido em 180 dias por empurrar o árbitro Guilherme Ceretta de Lima na final do Campeonato Paulista . E se ele tivesse chutado ou até mesmo “esganado” o juiz, qual seria a pena? Os mesmos 180 dias, pelo menos para o TJD de São Paulo. O Palmeiras tentou, sem sucesso, usar alguns exemplos extremos ocorridos no duelo entre Taubaté e Nacional, pela A3 do Paulista, para aliviar a pena do camisa 7. Mas neste primeiro momento, a estratégia não funcionou.
O julgamento do Dudu estava marcado para às 18h, mas o advogado do Palmeiras, André Sica, pediu para ele ser a último da noite por ter interesse pessoal em outro caso. Era o do jogador Caio, do Nacional-SP, que teria chutado o auxiliar Danilo Ricardo Simon Manis no jogo disputado no dia 19 de abril.
A partida terminou em confusão generalizada após o árbitro voltar atrás por causa da marcação de um pênalti. Os jogadores do Nacional se indignaram com a ação e tentaram atacar a comissão de arbitragem. Caio teria chutado o auxiliar na altura do joelho e repetido o ato enquanto ele estava no chão. A vítima chegou a fazer um Boletim de Ocorrência.
Mas o ato não foi o pior da partida. Os jogadores do Nacional-SP entraram em confronto com a polícia. Imagens mostram um jogador ameaçando jogar uma maca nos policias. A situação mais extrema ocorreu com o quarto árbitro, que foi segurado pelo pescoço em ato semelhante ao de “esganar” e teria sido ameaçado de morte, de acordo com a súmula.
A defesa para o chute de Caio não deu certo. O jogador alegava que na verdade foi o goleiro reserva da equipe do Nacional-SP que chutou o bandeirinha. Não há vídeos do lance, apenas uma foto usada pela defesa do jogador. O goleiro estaria “foragido”, palavras usadas no próprio julgamento, já que ele não compareceu ao tribunal e não se sabe exatamente em qual clube se encontra. O seu contrato com o Nacional foi encerrado após o fim do Paulista. No final, Caio foi suspenso por 180 dias.
Em um julgamento anterior, Edvaldir Santos Pacheco da Silva, também do Nacional-SP, sofreu a mesma punição. Um membro da comissão técnica do clube paulistano ainda vociferou contra a vítima na saída: “tinha que bater nele mesmo!”
Dudu vai para cima de Guilherme Ceretta; punição de 180 dias
Foto: Djalma Vassão / Gazeta Press
Logo depois teve início o julgamento de Dudu. Sica utilizou uma cópia da súmula do jogo do Nacional para o seu argumento que Dudu praticou apenas ato hostil, com pena muito menor. Na visão da defesa palmeirense, agressão seria o que ocorreu em Taubaté, com atos deliberados de violência, citando não só Caio como também os outros incidentes.
O desejo do Palmeiras de mudar de agressão para ato hostil é por causa da punição infinitamente mais leve no segundo caso. Na agressão, a pena mínima é de 180 dias, enquanto no ato hostil, que tem como pena um a três jogos de gancho. Além disso, a pena por dias vale para o Campeonato Brasileiro , enquanto a por jogos seria apenas no Paulista de 2016. Em 2014, Petros chegou a ser punido em 180 dias, mas depois ela foi revertida para três partidas.
A polêmica da A3 não foi a única arma do Palmeiras. O clube usou de um exame ergomecânico, que mede a força e velocidade do ato, para mostrar como não teria sido agressão. Segundo a defesa palmeirense o choque na final do Paulista foi de 3km/h contra 9,5 Km/h de Petros na suspensão em 2014, revertida em ato hostil, e de 5 Km/h do também corintiano Emerson em lance ocorrido neste mês de março.
Árbitro faz lambança e acaba no chão após empurrão de Sheik
Para o Palmeiras, Dudu só teria agredido o árbitro se tivesse praticado um ato como soco ou chute. Como exemplo, foi passado um vídeo com várias agressões sérias da história do futebol . Dudu também falou no julgamento, e disse que queria apenas chamar a atenção de Ceretta após a expulsão.
O argumento não convenceu o TJD, que puniu o jogador em 180 dias. O presidente da mesa sugeriu até a punição de 270 dias pelo fato de que o lance foi contra o árbitro, intocável dentro do campo de jogo, mas preferiu dar 180 para a decisão ser unânime.
O Palmeiras tem três dias a partir do resultado para recorrer ao pleno do TJD. O clube quer esperar o máximo para decidir a sua estratégia, mas já informou que também vai pedir um efeito suspensivo para Dudu, que talvez possa jogar até no fim de semana.
Empurrão de Petros em árbitro serviu de comparação em julgamento de Dudu
Foto: Rodrigo Gazzanel / Futura Press
8499 visitas - Fonte: Terra