Oswaldo de Oliveira deu longa coletiva sobre má fase do Palmeiras (Foto: Agência Estado)
No Palmeiras, o costume é o treinador conceder entrevista coletiva todas as sextas-feiras. Oswaldo de Oliveira, porém, resolveu antecipar o bate-papo com jornalistas e, no início da tarde desta terça-feira, conversou com os jornalistas por cerca de 40 minutos, antes do início da atividade com os jogadores.
Depois da reunião que envolveu os jogadores e o diretor executivo Alexandre Mattos, na última segunda-feira, Oswaldo resolveu se pronunciar sobre o desempenho da equipe nas primeiras três rodadas do Campeonato Brasileiro.
- Eu me propus a vir aqui hoje, normalmente falaria na sexta, porque com o início ruim do Palmeiras no Brasileiro tem se falado muita coisa. Às vezes é irrelevante e não se preocupa. Mas como está um volume muito grande decidi que algumas dúvidas e especulações deveriam ser perguntadas. Vejo gente falando que coisa não existe. Nesse momento o responsável sou eu. Presidente gastou R$ 45 milhões para montar um elenco. Mattos trabalhou como nunca vi para em tempo recorde contratar tantos jogadores. Agora a responsabilidade é minha de montar um time e levar em frente os nossos objetivos. Por isso eu prefiro estar aqui com vocês hoje e na sexta também - explicou o treinador.
Com dois pontos em três rodadas disputadas, o Palmeiras decepcionou neste início de Brasileirão. Após empatar com os reservas do Atlético-MG e com o Joinville, o time alviverde acabou derrotado pelo Goiás, no último domingo. na arena.
Para 2015, o Verdão se movimentou no mercado e promoveu uma grande reformulação no elenco. Por isso, Oswaldo pede tempo na formação da equipe, que ele acredita ser muito forte. O treinador, porém, reclamou do grande número de lesões no elenco.
- Ontem tinham 40 jogadores ali (na reunião). Perguntei quantos que estavam sentando ali não se machucaram. Oito levantaram a mão, 32 já se machucaram. Alguns deles mais de uma vez. Isso quer dizer que em vários momentos eu não tive todos esses jogadores para trabalhar. Outros, parcialmente, caso do Arouca no último jogo e Cleiton contra o Corinthians. Desses jogadores são quatro goleiros, o Gabriel, o Dudu, o Julen e o Victor Luis. O Lucas se machucou duas vezes, o Victor Ramos duas vezes, o Vitor Hugo uma vez, o Zé Roberto duas vezes... O Amaral veio duas vezes, machucou e não conseguiu voltar - disse o treinador.
Confira alguns trechos da entrevista coletiva de Oswaldo de Oliveira:
Partida contra o ASA
- Nem me lembrava desse caso de 2002. Agora as pessoas passaram a falar e procurei me inteirar um pouco. Foi 13 anos atrás, não tem nenhuma relação, a não ser um confronto que vai acontecer e não acontece sempre, pela mesma competição. São outros jogadores.
Especulação sobre o futuro
- É normal, acontece sempre. Há pouco tempo o Vanderlei estava indo para o São Paulo. No ano passado, eu estava no Santos quando saiu o Ney Franco e o Flamengo me procurou. Eu disse o que eu diria agora. Não faria com o Santos naquela época o que eu não faria com o Flamengo. Não faria com o Palmeiras o que não faria com o Flamengo. Estou amando meu trabalho no Palmeiras. Estou gostando muito de tudo o que temos conseguido fazer. Claro que os primeiros resultados não foram os que estamos esperando. Nossa expectativa era ganhar dois desses três jogos. Não ganhar do time reserva do Atlético, empatar com o Joinville sem a torcida e perder em casa para o Goiás, com 40 mil palmeirenses, foi difícil de administrar. Mas no ano passado o time reserva do Atlético-MG ganhou aqui. E o Goiás ganhou de 6 a 0. Está mais ou menos elas por elas. Se nós analisarmos os três jogos, o Palmeiras dominou. Alguns podem discutir se foi bem ou mal. Tivemos 74% de posse de bola contra o Goiás, finalizamos 9 vezes de dentro da área. Foi uma vantagem avassaladora. Essas coisas acontecem no futebol.
Vanderlei Luxemburgo é uma sombra?
- É natural que haja manifestação e que se fale o nome dele aqui. O Vanderlei é um treinador vitorioso no Palmeiras. Não vejo nenhum problema. Isso depende mais de quem decide. Estou tranquilo fazendo meu trabalho porque nada me foi relatado
Semana decisiva?
- Nós estamos trabalhando, fazendo o melhor. O desempenho mostra isso. Os resultados não favorecem. O que rege o futebol brasileiro e boa parte do futebol mundial é o resultado. Temos de saber conviver com isso. Não deveria, mas pode ser. Não depende de mim. Estou muito feliz fazendo meu trabalho. Acredito que vai ser muito bem sucedido pelo o que tenho tido de resposta principalmente dos jogadores. Vamos fazer um time muito bom e competitivo, mas pode levar um pouco mais de tempo.
Interesse do Flamengo
- Quando era criança era flamenguista, muito assíduo no Maracanã. Se houver um fundo de verdade nisso, fico muito feliz. Um dia eu quero voltar ao Flamengo. Um dia, depois dessa passagem no Palmeiras e de outras passagens. Tive uma lá que não gostei. Foi a única vez que eu me demiti de um clube porque não gostei do que se passava lá. Hoje vejo um trabalho semelhante ao do Palmeiras de saúde financeira
Conteúdo da reunião
- É uma coisa interna. Deveríamos ter feito aqui dentro para não ter publicidade que acabou tendo. Não temos que ficar escondendo nada. O assunto é interno, tipo família que quando se reúne para resolver problema e ninguém sai na rua para falar o que aconteceu.
Reforços
- Quando é esse assunto gostaria de ser franco e direto. Mas negociação envolve mercado, oferta e procura, concorrência. Qualquer coisa que eu diga pode interferir. Temos intenção de enriquecer nosso elenco.
Futuro do time
- O torcedor não perdeu euforia. Inclusive no jogo. A bola não entrou, paciência. Vamos continuar. Um início de trabalho acontece esse sobe e desce. Nosso futebol é muito equilibrado. Eu ainda estou muito otimista como estava antes, principalmente agora que estou conseguindo ter de novo Cleiton Xavier, Arouca. Nós conseguimos encorpar e causar essa euforia novamente. Ela aconteceu e foi fruto de trabalho. Isso vai voltar a acontecer.
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