Arce marca em derrota do Palmeiras para o ASA, em 2002 (Foto: Arquivo)
Em sua história, o Palmeiras enfrentou o ASA-AL quatro vezes, e nas últimas duas venceu tranquilamente, ambas por 3 a 0 na Série B de 2013. O time alvinegro, porém, ficou marcado por ser o responsável de uma das maiores manchas na história centenária do Verdão: a eliminação dos comandados de Vanderlei Luxemburgo na primeira fase da Copa do Brasil para a modesta equipe alagoana, em 2002. Nesta quarta, os clubes se reencontram pela competição.
Ubirajara Veiga, técnico daquele ASA-AL que surpreendeu o Brasil, ainda lembra bem do que aconteceu no Palestra Itália. Mesmo com problemas na preparação, o comandante ouviu do elenco que a vitória diante do Verdão, mesmo na casa do adversário, era algo 'garantido'.
- Treinamos pênaltis em Arapiraca, chegamos em São Paulo e queria treinar de novo. Mas o campo do Nacional estava sendo reparado e não poderíamos cumprir a programação. Fiquei meio preocupado, mas o grupo falou para eu ficar tranquilo, porque iríamos ganhar nos 90 minutos. O grupo estava muito consciente - disse Ubirajara, hoje desempregado, ao LANCE!.
No jogo de ida, em Arapiraca (AL), o time da casa venceu por 1 a 0 - o ex-treinador diz que o triunfo poderia ter sido maior, não fosse Marcos. No Palestra Itália, o time de Luxemburgo, que tinha jogadores como Arce, Galeano e Alex, venceu por 2 a 1, mas foi eliminado por conta do gol fora de casa.
- O Marcos em Arapiraca veio dar parabéns para nós, dizendo que o time estava bem arrumado, antes do jogo em São Paulo o Luxemburgo também elogiou...eles foram muito profissionais, souberam perder, não nos menosprezaram. Mas quando entra em campo, o organismo acomoda. Eles acharam que poderiam ganhar o jogo em qualquer momento, porque todos diziam que eles iriam passar. Mas em dois jogos, vai muito do momento, do foco na hora - diagnosticou Ubirajara.
Aquele jogo fez parte de um início de ano inesquecível - da pior maneira possível - para a torcida palmeirense. Depois daquela derrota, o time iniciou uma pífia campanha no Brasileiro e sofreu o seu primeiro rebaixamento. Um dos líderes do feito de 2002, o ex-técnico do ASA vê diferenças entre a situações vivida há 13 anos e a de hoje.
- O ASA está muito bem dirigido pelo Vica, tem o grupo na mão, mas o Palmeiras tem uma qualidade muito boa. Quem estiver mais atento, vai conseguir a vaga - explicou.
Muñoz estava em campo no vexame ocorrido no Palestra Itália (Foto: Nelson Almeida/LANCE!Press)
SAIBA O QUE ACONTECEU COM QUEM PARTICIPOU DAQUELE JOGO:
Marcos - O ídolo está aposentado desde o início de 2012, e ainda hoje realiza eventos pelo Palmeiras como embaixador do clube.
Alexandre - Vilão da primeira queda, aposentou-se em 2012, e desde então sumiu dos holofotes. Vive em sua fazenda em São Pedro do Suaçuí (MG).
César - Jogou até 2009, e depois disso chegou a se aventurar como dirigente e técnico-interino do Monte Azul, em 2010. Saiu recentemente da diretoria Municipal de Esportes da prefeitura de Bebedouro (SP).
Galeano - Deixou o clube em 2002, e se aposentou em 2008. Voltou ao Verdão para ser gerente de futebol durante a segunda passagem de Luiz Felipe Scolari, e saiu do clube em 2012. Chegou a trabalhar na comissão técnica do São Caetano, em 2013.
Arce - Saiu do Palmeiras após o primeiro rebaixamento, e aposentou-se em 2006. Tornou-se técnico e chegou a ser sondado para assumir o clube ano passado - o ex-lateral recusou a oferta. Está agora à frente do Olímpia (PAR).
Fernando - Deixou o clube ainda em 2002 do clube, e foi aposentar-se apenas em 2009, aos 42 anos. Chegou a se aventurar como técnico no Marília, em 2011.
Juliano - Entrou no segundo tempo da partida, e deixou o Verdão na Justiça, em 2003. Hoje, está no Minnesota United, dos Estados Unidos.
Magrão - Foi emprestado ao São Caetano, voltou ao Verdão para jogar a Série B, mas rodou o Brasil, jogando até pelo Corinthians. Venceu um câncer, atuou no Gaúcho deste ano pelo Novo Hamburgo, e se aposentou após ser pego no exame anti-doping. Ele agora busca ser inocentado da acusação.
Muñoz - Ficou para jogar a Série B, e saiu do clube apenas em 2006. Aposentou-se em 2011, na Colômbia, seu país de origem, e hoje administra sua própria empresa, a Construtora Brazil.
Alex - Saiu do clube em 2002, foi campeão pelo Cruzeiro, tornou-se ídolo do Fenerbahce e voltou ao Brasil para encerrar a carreira no clube que o formou, o Coritiba. Hoje, é comentarista de televisão.
Adauto - O lateral-esquerdo foi negociado no começo de 2003, e o último clube do jogador de 36 anos foi o Marília, em 2010.
Fernandes - O meia foi para o Figueirense ainda em 2002, clube pelo qual fez boa parte de sua carreira. Saiu de lá em 2012, jogou pelo Red Bull em 2013, e depois definiu sua aposentadoria.
Itamar - Outro atleta que deixou o Palmeiras em 2002, foi logo em seguida para o São Paulo, e depois passou oito anos fora do Brasil, entre Coreia do Sul, México e Catar. Chegou a jogar no Flamengo em 2012. Seu último clube foi o América-RN, em 2013.
Christian -O atacante ficou apenas em 2002 no Palmeiras, e depois seguiu para o Galatasaray (TUR). Seu currículo conta com passagens São Paulo, Corinthians, Botafogo, além de uma história de destaque no Inter. Aposentou-se em 2011 e tornou-se empresário na área de construção civil e de comércio de combustíveis.
Vanderlei Luxemburgo - Deixou o clube no início do Brasileiro de 2002 para assumir o Cruzeiro. Voltou ao Verdão em 2008, ganhou o Paulista, e foi mandado embora em 2009. Rodou o Brasil até retornar ao Flamengo em 2014, de onde acabou demitido na noite da última segunda-feira.
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