Novato clube paulista soma acessos, mira A1 e faz sucesso até na Paraíba

Sport Club Atibaia conquista dois acessos consecutivos e, na base da versatilidade, faz planos para seguir em alta e em breve chegar à primeira divisão de São Paulo

Atibaia ficou com acesso inédito à Série A3 (Foto: Fabio Giannelli / Soccer Digital)



Um novo clube vem fazendo sucesso nas divisões de acesso do futebol de São Paulo. Nove anos após sua fundação, o Sport Club Atibaia, sediado na cidade com mesmo nome, alcançou, na semana passada, acesso inédito à Série A2 do Campeonato Paulista de 2016. Na temporada anterior, a equipe já havia garantido a então também inédita vaga à Série A3, depois de ficar "no quase" em várias vezes que disputou a Segunda Divisão (espécie de quarta divisão).



A chave do sucesso da novata agremiação é uma mistura de versatilidade e juventude. Leonardo Silvério é personagem-símbolo. Genro do presidente Edivaldo Pereira da Silva, ele tem somente 29 anos e acumula as funções de vice-presidente e diretor de futebol do clube. Nas últimas quatro rodadas do quadrangular final, assumiu o posto de técnico após a queda de Luiz Carlos Ferreira.



– Joguei bola sem ser profissionalmente e gostei sempre de administração de clubes. Agora no fim da A3 o time estava praticamente desacreditado, até o presidente pediu para eu assumir como técnico para evitar gastos. No fim os jogadores assimilaram bem e foi gratificante. Mesmo como dirigente, eu estou sempre presente nos treinos, então para mim até foi mais fácil – explicou Silvério, ao LANCE!.



Faltam oito meses para o início da Série A2. A cabeça do Atibaia, contudo, já está em 2016. Em busca de um técnico, o clube abdicou de sua vaga na Copa Paulista (disputada no segundo semestre) para já se planejar com foco na competição pela qual estreará no ano que vem. O acanhado estádio com capacidade para 3 mil pessoas será reformado, ganhando novas arquibancadas, vestiários e demais instalações.



– Subimos duas vezes seguidas na base da seriedade. Sabemos que a Série A2 é muito complicada, mas vamos nos preparar bem para, quem sabe, dentro de alguns anos, chegar em breve à A1. Confiamos no trabalho – discorreu o diretor, vice-presidente e treinador.



SUCESSO ATÉ NA PARAÍBA

Um dos jogadores tidos internamente como marco da ascendente história do Atibaia é José Gervásio dos Santos Neto. Conhecido como Paraíba, o volante de 22 anos deixou a pequena Cabedelo (PB) com apenas 14 anos, sem familiares ou empresários, em busca de um time nos estados do Centro-Sul. Aventurou-se nas categorias de base de Iraty (PR), Rio Claro e Mogi Mirim antes de pousar no Atibaia.



Em 2013, foi destaque da equipe que fez bonito na Segunda Divisão de São Paulo, mas acabou, por pouco, ficando sem o acesso. Chamou atenção do Penapolense, onde disputou o Paulistão de 2014 em time treinado por Narciso. Emprestado pelo clube de Penápolis, voltou ao Atibaia em 2014 para levar a equipe à Série A3 e, agora, à A2.



– O pessoal lá da minha cidade ficou bem feliz. Tenho bastante amigo na minha cidade, em Cabedelo (PB). Hoje moro em São Paulo com minha esposa, está grávida. Lá na Paraíba meu pessoal sempre liga para saber quando vai passar jogo na TV.



Esse jogo do acesso tinham vários amigos meus assistindo lá e torcendo para mim. Consegui o acesso, honrei minha família, minha cidade, são poucos os que saem de lá e conseguem as oportunidades – contou Paraíba, ao LANCE!





Paraíba veste a camisa 7 do Atibaia (Foto: Fabio Giannelli / Soccer Digital)



SURGE UM NOVO CLÁSSICO PAULISTA

O acesso do Atibaia à Série A2 de 2016, combinado ao rebaixamento do Bragantino na Série A1 do Paulistão, permite o surgimento de um clássico na região bragantina do estado (entre as cidades de Atibaia e Bragança Paulista).



Enquanto o Atibaia dá seus primeiros passos no mundo da bola, o Bragantino soma 87 anos de história. O primeiro sonha de longe com uma participação na Série A1, enquanto o Braga esteve presente na elite estadual nas últimas dez temporadas.



Em 2016, ambos terão oportunidade de disputar o primeiro clássico em jogos oficiais (até aqui, só há registro de jogos-treino e partidas em campeonatos de base). Acima da rivalidade, os clubes compartilham um sentimento de parceria.



– É bom para a cidade de Atibaia e também para Bragança ter um jogo como esse, porque mexe com as duas cidades. Mas para o clube não adianta pensar só no Bragantino, mas sim na Série A2 como um todo – disse Silvério.



– A relação com o Atibaia sempre foi muito boa. Sempre ajudamos muito o Atibaia. Eles não tinham campo e nós cedíamos. O Bragantino nunca negou nem cobrou. É muito bom para o futebol, a região sai fortalecidade. Gostaríamos de mais times da região nessa condição – completou Marcos Chedid, presidente do Bragantino.





Presidente Edivaldo (esq.) abraça o 'multifuncional' Leonardo Silvério (Foto: Fabio Giannelli / Soccer Digital)

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