Paulo Nobre, presidente do Palmeiras
Nos últimos cinco anos, desde do início da década atual, Corinthians e Palmeiras dificilmente se enfrentaram em igualdade de condições. Financeiramente, o alvinegro vinha vivendo melhor momento, e sempre poderia ser considerado o "irmão rico" no clássico.
Neste domingo, pela primeira vez no período, as situações estão invertidas: enquanto os palmeirenses comemoram uma explosão nas receitas, os corintianos lutam contra o endividamento e perdem jogadores importantes.
No começo da década, em 2010, o Palmeiras começava a decair, com um 10º lugar no Campeonato Brasileiro. Enquanto isso, o Corinthians começava a colher os frutos do projeto de marketing montado com a participação do atacante Ronaldo, e se classificava para a Libertadores 2011.
Dois anos depois, os dois rivais já atravessavam situações totalmente opostas, tanto no campo esportivo como no financeiro: o Corinthians conquistou o Mundial de Clubes em 2012, e registrou naquele ano uma receita recorde de mais de R$ 320 milhões. O Palmeiras, mesmo vencendo a Copa do Brasil, acabou rebaixado para a Série B.
Nos anos seguintes, o alvinegro se empolgou com a nova realidade: investiu pesado em contratações milionárias como as de Alexandre Pato, Renato Augusto e Gil, enquanto viu a Arena Corinthians ser inaugurada. Os resultados não vieram como esperado, a conta não fechou e a situação se deteriorou.
No mesmo período, o Palmeiras sobreviveu graças a empréstimos do presidente Paulo Nobre, que repassou mais de R$ 140 milhões ao clube. Com times baratos, voltou à Série A e acabou lutando contra um novo rebaixamento em 2014. Enquanto a realidade dentro de campo foi dura, fora a casa foi, aos poucos colocada em ordem.
Hoje o alviverde tem os salários de todos os seus jogadores em dia, a maior bilheteria do país no Allianz Parque e um programa de sócio-torcedor em ascensão, o segundo maior do Brasil. A situação financeira se reflete no futebol: foram contratados 22 reforços em 2015.
Enquanto isso, o Corinthians possui uma divida de mais de R4 4 milhões de direitos de imagem com o elenco. Precisou recorrer a empréstimos bancários para pagar parte dos salários e encargos atrasados, e não conseguiu atingir a pedida de renovação de seu principal astro, Guerrero, que vai defender o Flamengo.
Pela primeira vez na década, um alviverde forte e saudável financeiramente terá pela frente um Corinthians endividado, sofrendo para colocar sua casa em ordem. Hoje, para o alvinegro, uma boa campanha no Brasileiro não é importante apenas para dar alegria á torcida: pode ser fundamental para recuperar as finanças do clube.
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