Marcinho é o 'vovô' do Amparo na quarta divisão paulista (Foto: Divulgação)
Com 96 anos de história, o Amparo Athlético Club está de volta ao futebol paulista. Desativado nas últimas cinco temporadas, o clube se licenciou à Federação Paulista no início do ano. Nos bastidores, uma dupla de veteranos dominou no peito a missão de tornar a tradicional agremiação um “celeiro” de jovens talentos.
Rubens Cardoso, 38 anos, ex-lateral-esquerdo campeão do mundo pelo Internacional, é coordenador técnico (elo entre categorias de base e profissional) e treinador do time principal. Marcinho, 34, meia ex-Palmeiras, São Caetano e Cruzeiro, é gestor do clube e, no último domingo, estreou como camisa 10 no triunfo por 1 a 0 sobre o Palmeirinha, na quarta divisão estadual.
– A cidade está super empolgada. O início causa certa desconfiança, porque passaram muitas pessoas pelo clube e deixaram o Amparo na mão. É uma decisão que leva nosso nome, porque construímos uma carreira. É um trabalho de médio-longo prazo – disse Rubens Cardoso, aposentado desde 2012.
– Disputei o Campeonato Carioca pelo Cabofriense e estou muito bem condicionado. Serei a referência da equipe, aquele a quem passar a bola nos momentos mais difíceis. Em um grupo tão jovem, é importante ter alguém que possa transmitir confiança e permitir que os garotos desenvolvam todo seu potencial – falou Marcinho.
Rubens Cardoso iniciou carreira como técnico no Amparo (Foto: Divulgação)
“Um grupo tão jovem”. Esta é a melhor definição para o Amparo. Sócios nos bastidores do clube, Rubens Cardoso e Marcinho organizarão peneiras em escala nacional nos próximos anos. Em busca de parceiros (times Brasil e mundo afora), a equipe quer se tornar referência no apoio ao futebol de base.
– Eu e o Marcinho estamos investindo dinheiro do nosso próprio bolso, mas não adianta ficar só nisso. Futebol é muito caro. Os recursos tem de vir de algum lado. De repente vem um clube da Europa e faz aliança... Estamos estudando a melhor forma – explicou Rubens Cardoso.
A filosofia do Amparo é incentivar os atletas dentro e fora de campo. Além de alojamento e refeição, o clube tem parceria com a prefeitura para matricular os jogadores nas escolas públicas da cidade.
– Falam que o problema do futebol brasileiro é a falta de estrutura da base. Queremos mudar isso – explico o treinador e coordenador.
– Antes de atletas, queremos formar seres humanos. Eu estudei. Eu me formei. É um sacrifício, você chega cansado na sala de aula, mas não pode parar, o futuro é incerto – completou.
Site do Amparo tem espaço para se candidatar ao posto de jogador (Foto: Reprodução/Site Oficial)
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