Oswaldo e Mattos tinham pensamentos diferentes (Foto: Ale Vianna/Eleven/LANCE!Press)
O Palmeiras concretizou na tarde desta terça-feira a demissão do técnico Oswaldo de Oliveira. O martelo foi batido após a derrota por 2 a 1 para o Figueirense, no último domingo, mas o processo de fritura já havia começado há algum tempo, após a derrota por 1 a 0 para o Goiás, em casa, no dia 24 de maio. Desde então o alvo para a sucessão já estava definido: Marcelo Oliveira, demitido do Cruzeiro na semana passada e que recebeu proposta antes mesmo de Oswaldo ser comunicado de sua saída.
No dia 25 de maio, o diretor de futebol Alexandre Mattos deu a primeira demonstração pública de insatisfação da diretoria ao cobrar todo o elenco em reunião diante dos jornalistas na Academia. Oswaldo preferia uma conversa a portas fechadas e encarou a atitude como uma tentativa de pressioná-lo. A partir dali, os dois não falaram mais a mesma língua.
Tanto é que, diante de todos os jogadores, o técnico usou um argumento para se defender: pediu que se manifestassem apenas aqueles que não haviam se machucado ainda no ano. Poucos levantaram a mão, o que comprova que ele teve grandes dificuldades para dar sequência a uma determinada equipe. No dia seguinte, Oswaldo pediu para dar entrevista porque, segundo ele, não era hora de expor o grupo. Disse imaginar que os atletas mais experientes não receberiam bem o recado público do diretor.
Em meio a esta rota de colisão, veio o empate com o ASA-AL, pela Copa do Brasil. Oswaldo sabia que uma derrota para o Corinthians, em 31 de maio, fatalmente encerraria seu trabalho. Bombardeado por perguntas sobre o tema antes da partida, disse que a resposta deveria ser dada por outra pessoa. Mas nenhuma outra pessoa, exceto ele e os jogadores, apareceu para dar satisfações à torcida.
O time jogou bem, venceu o Dérbi por 2 a 0 e deu sobrevida ao técnico, a ponto de Mattos dizer que confiava "1000%" nele após o empate por 1 a 1 com o Internacional, no Allianz, quinta-feira passada. Essa confiança toda, que na verdade não existia, só durou até domingo.
– São 40 anos de profissão, não 40 dias. Minha experiência e o que estou projetando tinham que ser levados em consideração. Posso voltar a dar aula, fazer outra coisa, não seria tão danoso. Estive aqui por amor à profissão, a um projeto.
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