Lucas foi titular durante toda a passagem de Oswaldo (Foto: Ari Ferreira/LANCE!Press)
O lateral-direito Lucas, do Palmeiras, não escondeu a chateação com a demissão de Oswaldo de Oliveira em entrevista coletiva concedida nesta quarta-feira. Segundo o jogador, que já havia trabalhado com o técnico no Botafogo, é o elenco quem tem de mudar de postura.
- Quando se troca assim é mais para dar uma resposta. Não adianta nada, pode trazer o Pep Guardiola... Se a gente não mudar nossa postura, não adianta. Os jogadores que não estavam sendo aproveitados já criam outra expectativa, começam a treinar de forma diferente, ganham ânimo. Isso que fortalece, isso que muda - disse.
- Eu acredito muito em trabalho a longo prazo, para mim é fundamental. Não só o Oswaldo, mas todos deveriam ter sequência. O Oswaldo, quando toma essas porradas, ele cresce. Penso que, se o trabalho continuasse, daria certo. E outra, o próximo treinador terá também um pouco do que o Oswaldo deixou.
O lateral condenou a cultura dos clubes brasileiros, acostumados com demissões de técnicos. Oswaldo foi o sétimo demitido em seis rodadas de Campeonato Brasileiro. Paulo Nobre, presidente do Palmeiras, assumiu em janeiro de 2013 e está prestes a contratar o quinto treinador: Marcelo Oliveira, bicampeão brasileiro pelo Cruzeiro em 2013 e 2014, mas integra a lista dos que foram mandados embora.
- Aqui no Brasil existe essa cultura. Lá fora, não acontece isso com frequência. Vocês, a gente que está no campo e todas as pessoas ligadas ao futebol falam tanto em mudança... Nós temos que pegar as coisas boas que eles têm lá fora e executar, mas a gente ainda tem essa cultura de estourar a bomba no treinador. Em seis rodadas, sete treinadores já caíram. É muito alta essa porcentagem. Mas, enfim, é cultura, difícil mudar. Mas acho que seria bom olhar um pouquinho para seleções como a Alemanha. Parar e pensar um pouco se parar um trabalho assim é bom - disse o camisa 32, que citou a passagem de Oswaldo pelo Botafogo para defendê-lo.
- No ano em que ele chegou, vivemos uma situação muito parecida. Chegamos na final do Carioca e não fomos campeões. Logo em seguida ficamos em oitavo ou sétimo no Brasileiro, posição que não era o objetivo. Alguns jogadores, como Seedorf e Bolívar, pediram a permanência dele para a diretoria. No ano seguinte, conseguimos o título carioca e chegar à Libertadores.
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