Lucas assume culpa e garante que Oswaldo daria certo se continuasse

Lucas chegou ao Palmeiras com o aval de Oswaldo de Oliveira, com quem trabalhou por dois anos no Botafogo, e se disse um dos culpados pela demissão do técnico, assim como os outros jogadores. Mas não poupou críticas à diretoria e repetiu as palavras do ex-treinador: o trabalho teria sucesso, apesar do início com uma vitória em seis rodadas do Campeonato Brasileiro.



“Falo por experiência própria pelo que vivemos no Botafogo. No primeiro ano dele no Botafogo, vivíamos uma situação muito parecida: chegamos à final do Carioca e não fomos campões e, em seguida, ficamos em uma posição que não era o nosso objetivo no Brasileiro. Mas alguns jogadores como Seedorf e Bolivar pediram a permanência dele e conseguimos o título carioca e a vaga na Libertadores. Por isso, tenho certeza de que, se o trabalho continuasse, daria certo. Quando toma porrada, o Oswaldo cresce”, avisou.



Após ser demitido, nessa terça-feira, Oswaldo de Oliveira repetiu que seu estilo de treino causa lesões, mas traz resultado com o tempo e citou Lucas como uma das provas do sucesso, pois já estava adaptado à sua intensidade de trabalho. O lateral, embora reforce que ninguém que já tinha trabalhado com o técnico tinha privilégios, concordou plenamente.



“Já estamos em um estágio bem avançado. Só precisamos dar sequência às coisas boas que o Oswaldo fez aqui. Ele demonstrou muitas coisas boas aqui e o pessoal pegou essa intensidade de trabalho e treinos. Tem que dar sequência ao que ele fez, manter esse ritmo forte e incorporar rápido a filosofia do novo treinador”, disse, lembrando que o ex-técnico pensou no elenco mesmo na hora da despedida.



“Demissão sempre nos deixa tristes. O pessoal ficou chateado, e ele nem quis prolongar muito o discurso porque domingo tem jogo contra o Fluminense e precisamos levantar a cabeça o mais rápido possível. Até nisso ele pensou um pouco em nós, para continuarmos focados e somar pontos no Brasileiro”, falou, admitindo culpa, mas também atacando indiretamente a diretoria.



“Eu me sinto culpado. O treinador não entra em campo e quem está lá dentro precisa dar a resposta. Sinto culpa quando é demitido um profissional porque é sempre chato. O trabalho será quebrado e começaremos outro, e me sinto um pouco culpado”, afirmou.



“Em seis rodadas, sete treinadores demitidos, é uma porcentagem muito alta. Falam tanto em mudanças, e ainda pecamos muito nesse aspecto. Nós, brasileiros, temos que botar o pezinho no chão e executar as coisas boas que tem lá fora. Seria bom olhar um pouquinho a cultura de Alemanha e Espanha e pensar um pouco se quebrar trabalhos é bom”, prosseguiu, tentando, ao menos, entender a dispensa de Oswaldo após cinco meses de trabalho.



“É difícil falar porque a pressão de fora é muito grande, é muito difícil segurar e assumir a responsabilidade, muita coisa envolve o futebol. Mas acredito muito que trabalho em longo prazo é fundamental, não só com o Oswaldo. Se você contrata, é porque acredita no trabalho dele”, defendeu.

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