Palmeiras comemora 22 anos do título que virou música nas arquibancadas

Evair converte pênalti histórico na decisão do Paulista de 93: Palmeiras x Corinthians



"Em 93, nós ganhamos o Paulistão!". A frase de uma das canções da torcida palmeirense deixa bem claro que 12 de junho daquele ano não está na memória dos mais fanáticos por ter sido mais um dia dos namorados. Não é qualquer jogo que vira música nas arquibancadas para celebrar um feito que comemora nesta sexta (12) 22 anos.



A tarde daquele sábado é definida por alguns como dia em que o verde voltou a ser cor. O jogo entre Palmeiras e Corinthians virou filme. Não foi em vão. O acachapante placar de 4 a 0 em uma final de Paulista acabou com o jejum de quase 17 anos e iniciou uma era de conquistas, troféus e recordes que demoraria para acabar.



A conquista foi sofrida. No jogo de ida, Viola marcou o gol da vitória por 1 a 0, imitou o porco e fez os palmeirenses mais velhos voltarem a lembrar de outras vezes em que o grito de campeão ficou preso na garganta. A mais recente havia sido em 1992, quando o algoz da vez havia sido o São Paulo na final do Paulista. Mal sabia o atacante alvinegro que aquele gesto virar o símbolo da reviravolta de um time que contava com estrelas como Antônio Carlos, Roberto Carlos, Zinho, Edmundo... E Evair, claro.



"Não houve preleção antes daquela partida. O Luxemburgo editou uma fita com imagens do Viola, dos jogadores e da torcida do Corinthians. Mexeu muito com nosso ânimo", disse César Sampaio, volante que esteve na final em entrevista à Folha de S. Paulo.



No tempo normal, o Palmeiras venceu por 3 a 0, mas o estranho regulamento da época não garantia nada. Mesmo com uma vitória por um saldo maior, a decisão no Morumbi lotado precisaria ir para o tempo extra. Foram quatro expulsões, discussões ásperas, entradas mais duras e acusações contra o árbitro José Aparecido de Oliveira que duram até hoje. Tudo acabou em um lance: Evair, aos 10 minutos do 1º tempo da prorrogação, de pênalti.



"Eu nem sentia o meu pé. Parecia que eu estava flutuando em direção àquela bola", define Evair em diversas entrevistas quando questionado sobre aquele lance.



A foto de Evair correndo para comemorar o gol virou quadro na casa dos palmeirenses mais fanáticos. Virou homenagem, inclusive, na casa de Paulo Nobre, atual presidente alviverde. Evair também virou nome de crianças que não poderão esconder as origens na hora da chamada da escola.



Evair ainda voltaria para conquistar o título da Libertadores em 1999 e colocar mais um parafuso no seu quadro no hall de ídolos do Palmeiras. Hoje, como diz a música da conquista daquele Paulista, a torcida fica no aguardo do retorno dos tempos áureos. Enquanto isso, cantam como reza nas arquibancadas pedindo por "jogadores que honrem a camisa e lutem sem parar".

5820 visitas - Fonte: Uol Noticias