Gramado da arena do Palmeiras foi muito criticado no domingo (Foto: Fabrício Crepaldi)
Arena moderna, quase sempre lotada, gerando muito dinheiro aos cofres do Palmeiras e referência em novos estádios no país. Essa é a realidade da nova casa do Palmeiras, inaugurada em novembro do ano passado. Porém, por trás desse sucesso, a história não é tão tranquila. O clube e a WTorre, empresa responsável pelo local, vivem relação muito conturbada, com novos capítulos surgindo rotineiramente.
O último deles foi neste domingo, após a vitória por 2 a 1 sobre o Fluminense, pela sétima rodada do Brasileirão, com as duras críticas públicas de jogadores, comissão técnica e diretoria ao péssimo estado do gramado na partida.
Alexandre Mattos, diretor de futebol do Palmeiras, declarou depois da partida que todos no clube estavam indignados, classificando a situação do gramado como"pífia, ridícula". E revelou estar cobrando regularmente os responsáveis pelo campo de jogo.
Mas não é só isso. Confira abaixo alguns pontos da desavença entre o Verdão e a construtora:
POLÊMICA DAS CADEIRAS
Essa é a principal divergência entre as duas partes, que minou a relação entre elas: o número de cadeiras às quais a WTorre tem direito. O Palmeiras diz que são dez mil, mas a construtora alega ter poder sobre todos os assentos do estádio. O contrato não é claro nesse aspecto e dá margem para interpretações. Houve várias tentativas de acordo na polêmica, que começou em 2013, sem sucesso. Assim, a decisão será tomada pela Câmara Fundação Getúlio Vargas de Conciliação e Arbitragem. Os dois lados não falam sobre a situação do processo, iniciado no ano passado e sem prazo para ser resolvido.
PREFERÊNCIA PARA SHOWS
Por se tratar de uma arena multiuso, a casa do Palmeiras virou uma atrativa opção para shows na cidade de São Paulo. E isso faz com que o time não a tenha à disposição para mandar alguns jogos. Se fosse mandante na semifinal do Paulistão, o Verdão teria de jogar em outro estádio, já que o dele recebera show do cantor Roberto Carlos no dia anterior. No Brasileirão, isso ocorrerá em ao menos uma partida confirmada por conta de apresentações no segundo semestre. O contrato diz que a preferência é dos shows. Entretanto, quando a relação era boa, existia a possibilidade de a tabela de jogos do Verdão ser analisada na hora de alugar o estádio. A WTorre tem de pagar uma multa quando o Verdão não puder atuar na arena por isso. Recentemente, Paulo Nobre disse que o clube é "refém da construtora".
CAMAROTE AVANTI
O Palmeiras anunciou em 7 de maio a criação do Camarote Avanti, um espaço diferenciado no estádio para sócios-torcedores. A coletiva teve a presença do presidente, pessoas de uma empresa parceira, e até do ídolo Evair. Nobre deu todos os detalhes da novidade e marcou a data de lançamento. Porém, isso nunca saiu do papel. Duas semanas depois, o clube anunciou a suspensão do projeto. A WTorre é a responsável pela comercialização dos camarotes. Por contrato, o Verdão tem direito a uma parte do valor arrecadado pela construtora, em percentual que aumenta a cada cinco anos.
CONDIÇÃO DO GRAMADO
Foi a última das polêmicas. O gramado já vinha apresentando falhas, mas, no domingo, estava em péssima condição. Isso gerou duríssimas críticas e cobranças de jogadores, comissão e diretoria, todos revoltados com a condição do campo. A World Sports, empresa contratada pela WTorre, é a responsável pela manutenção do campo e deu explicação recentemente sobre isso. Segundo ela, a grama de inverno, plantada na metade de maio, não teve tempo suficiente para maturar, por conta do grande número de treinos e partidas, inclusive da seleção brasileira, gerando imperfeições no terreno de jogo.
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