Os óculos de fã de Wilco são bacanas, mas Alberto ainda está cru para ser o técnico. Acelera, diretoria!
Na semana passada, antes mesmo de ser confirmada a demissão do Oswaldo, nosso técnico jazzista e enólogo, cravei aqui que precisávamos, antes de bom futebol, de resultados, de pontos para fugir da incômoda parte de baixo da tabela e seu conhecido fantasma. A um custo cardíaco, a vitória veio: 2 a 1 sobre o Fluminense, de virada, com gols nos acréscimos, bola batendo na trave antes de entrar, adversário com dois a menos, desfibrilador a postos.
Agora falta o futebol. Que continua terrível: cinco meses se passaram desde o início do ano e, a despeito das 20 e tantas contratações e o escambau a quatro, o time continua se comportando exatamente como um bando, como se o ano estivesse começando. Pior: andamos para trás, já que esse mesmo time chegou a render melhor em alguns jogos do Paulista, mas o baque da derrota na final ainda parece abalar o time.
O cenário ontem foi o mesmo de 10 dias antes, contra o Inter, e de outros jogos em casa. A equipe se esforça, corre, cria oportunidades, mas sofre com uma incapacidade crônica na hora de finalizar. E, depois de uns 20 minutos de pressão, não aguenta o pique, perde rendimento e cede espaços. No primeiro tempo, foi o intervalo em que saiu o gol do Fluminense (e poderiam ter saído outros, não fosse a tarde inspirada de Prass). Aí chegam os minutos finais e, na base do desespero e do AGUANTE!, o time eventualmente consegue alguma coisa – foi assim no empate contra o Galo e nos dois tempos de ontem.
E se a gente reclama do ataque, a defesa também anda bem sofrível. Nossos zagueiros são batidos com facilidade no mano a mano, e a cobertura nunca está corretamente a postos – no gol do Fluminense, é ridícula a cena dos palmeirenses correndo atrás da bola como num jogo de bobinho até o chute do Jean. Ou seja: passados cinco meses de 2015, ainda estamos quase na estaca zero.
Rafael Marques e Cristaldo foram os heróis da suada vitória no Allianz Parque
É de bom tom que a diretoria acelere a confirmação de Marcelo Oliveira e bote logo o homem para trabalhar – ou, se não for ele, que defina a situação de uma vez e logo, já para o embalo de sábado à noite em Porto Alegre, sem prolongar muito a interinidade do Alberto Valentim. Nosso auxiliar usa óculos maneiros e tem cara de fã de Wilco, o que sempre conta a favor, mas, a despeito de seu visível potencial, ainda é inexperiente para uma roubada desse tamanho.
Menos mal que vieram três pontos importantes e mostramos quem é que manda na nossa casa. É hora de acalmar, baixar a poeira e trabalhar muito para transformar esse bando em time. E chega de usar a história dos reforços como muleta, assim como chega de lamentar o adeus do Oswaldo. Sigamos em frente. E pra cima.
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