Mesmo com mando da Ponte, as arquibancadas da Arena Pantanal tinham maioria palmeirense
Foto: Chico Ferreira / Futura Press
O ex-atacante Roni, com passagens por Flamengo, Atlético-MG e Goiás, hoje dono da empresa Roni 7 - compradora de jogos do Campeonato Brasileiro em vários estádios, inclusive na Arena Pantanal - afirmou que a média de público do ano passado do estádio milionário na capital matogrossense não foi mantida em 2015, apesar das tentativas em trazer jogos de grandes clubes para a cidade.
Segundo o empresário, os jogos estão de modo geral dando prejuízo ou rendendo menos do que o esperado, a exemplo da disputa entre Palmeiras e Ponte Preta do último domingo, pela 11ª rodada do Campeonato Brasileiro , com vitória palmeirense por 2 a 0.
A Ponte Preta, que tinha mando de jogo, vendeu a partida por R$ 1 milhão à Roni 7. O público presente de cerca de 15 mil torcedores, sendo 11.074 pagantes, não atendeu às expectativas novamente. “Eu esperava pelo menos mais 5 a 6 mil pessoas. Deu prejuízo e assim não está legal. Não estamos conseguindo manter o público do ano passado”, confirmou Roni ao Terra , se referindo ao período pós-Copa, em que os torcedores embalados pelo sucesso do mundial e a novidade da Arena grandiosa na cidade voltaram a frequentar o estádio.
“Temos mais alguns projetos para a Arena Pantanal este ano, vamos insistir um pouco mais”, disse o empresário. “Uma hora a coisa acontece”, acredita ele.
Se o público neste domingo ficou abaixo do esperado do ponto de vista do empresário, o Palmeiras não pode reclamar. Maioria dos torcedores de Cuiabá enrolou na bandeira verde e branca, para acabar com o frio de 18 graus incomum na capital mato-grossense, e empurrou o clube alviverde até a vitória na disputa "fora de casa" com o time de Campinas.
Os dois gols – ambos assinados pelo atacante Dudu - saíram no primeiro tempo. No segundo tempo, o Palmeiras apenas segurou o placar, diante de um adversário, que, sem torcida, não ameaçou. A arquibancada da Ponte Preta estava vazia e inexpressiva.
O engenheiro Marcio Anderson Luiz, 38 anos, pintou o cabelo com spray verde para ir ao jogo, com a mulher e o filho. Sempre faz isso para incentivar o Palmeiras. “Na década de 90 o time estava em ascensão. Eu era criança e decidi por conta própria que ia ser palmeirense”, conta o engenheiro. Depois o time começou a declinar, mas a paixão virou amor. Segundo ele, torcida que tem tradição é assim. “Ganhando ou perdendo, está sempre lá”.
Times de sucesso dos anos 1990 criaram palmeirenses no Mato Grosso
Foto: Keka Werneck / Especial para Terra
O mecânico José Carlos, 51 anos, avaliou que o time alviverde jogou bem e valeu a pena passar o frio por ele. Tenso com o jogo, ele assistiu a partida sozinho. “Comecei a torcer pelo Palmeiras por causa do meu pai. Na fase mais forte do time, de 93 e 94, era muito bom, a gente ganhava todas. Depois, o time deu uma decaída”.
Prejuízo recorrente?
Se tomado como referência o valor pago para trazer Ponte Preta x Palmeiras à Arena Pantanal, comprar jogos para o estádio de Cuiabá não tem sido um negócio lucrativo para as empresas interessadas. Até a manhã desta segunda-feira, a CBF não havia divulgado no seu site oficial o boletim financeiro da partida da 11ª rodada do Campeonato Brasileiro.
No entanto, os outros dois jogos realizados da competição no estádio não deram uma renda líquida que compensasse a despesa de ao menos R$ 1 milhão para mudá-los de local. Com ingressos custando de R$ 50 a 200, Cruzeiro x Corinthians e o duelo entre os rivais Vasco e Flamengo, conhecido como "Clássico dos Milhões", não encheram a Arena Pantanal como esperado.
Confira os números na tabela a seguir:
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