Elenco troca parabéns, mas sem coragem de perguntar se Valdivia fica

Contato do jogador mais caro do elenco com colegas foi breve em sua reapresentação, nesta terça



O primeiro contato de Valdivia com o elenco, ao se reapresentar nesta terça-feira, foi de troca de parabéns: os colegas o elogiaram pelo título da Copa América e o chileno cumprimentou o time pelas três vitórias seguidas no Campeonato Brasileiro. Mas ninguém ousou questionar se o meia fica no Palmeiras.



“Ninguém teve coragem de perguntar”, admitiu Lucas, capitão do time e escolhido para dar entrevista coletiva nesta terça-feira. “Eu o encontrei brevemente e tive uma conversa bem rápida. Dei parabéns e ele também nos parabenizou pelas três vitórias. Mas foi só isso, basicamente. O dia foi bem corrido em função dos vários trabalhos que fizemos, não deu para ter uma conversa muito longa ainda.”



O jogador mais caro do elenco tem contrato até 17 de agosto, mas já foi anunciado como reforço do Al Wahda, dos Emirados Árabes Unidos. Mesmo assim, atendeu à exigência de se reapresentar na Academia de Futebol e enfrentou chuva para correr sozinho no gramado. A diretoria aceita liberá-lo mais cedo, mas ainda não há definição.



“Não sabemos como vai ficar a situação dele. Já deve ter alguma coisa em mente, até porque ele precisa decidir e tem capacidade para escolher o que é melhor para a sua vida. Mas não sei nem se ele sabe o que vai acontecer”, falou Lucas, defendendo a permanência do camisa 10.



“Envolve muita coisa por parte da diretoria e do Valdivia. Mas, se eu tivesse o poder de decidir, queria ele ficasse no Palmeiras por mais três temporadas para conquistar vários títulos com ele também, porque é uma figura muito importante para o clube. É um jogador de qualidade incrível e fez um campeonato excelente pelo Chile, de alto nível. Já mostrou todas as condições do que pode fazer pelo Palmeiras”, defendeu.



Apesar de tanta importância, Valdivia não deve estar à disposição para enfrentar o Avaí nesta quarta-feira, mesmo tendo atuado normalmente nos seis jogos da Copa América, em sequência que não teve neste ano pelo Verdão. Mas seu desfalque, nada incomum, não assusta nem o admirador Lucas.



Robinho tem sido o titular na armação e sente dor por conta de edema muscular, mas Lucas brincou que promoveria um sorteio entre Cleiton Xavier e Zé Roberto para definir o substituto, já que não falta qualidade na posição do camisa 10. “Mesmo sem o Robinho, o Cleiton ou o Zé têm excelência incrível. O Palmeiras nunca perde sem alguma deles, em hipótese alguma”, indicou.



Valdivia defendeu o Verdão pela última vez em 31 de maio, quando admitiu que a vitória sobre o Corinthians, naquele dia, deveria ter sido a sua despedida. Depois disso, ficou a serviço da seleção chilena e, durante a campanha do título na Copa América, encaminhou seu acordo com o Al Wahda.



O clube árabe informou que deve esperar o fim do contrato de Valdivia com o Palmeiras para realizar exames médicos e assinar com o chileno, mas o Verdão está disposto a entrar em acordo para liberá-lo mais cedo. Embora não descarte publicamente até uma improvável renovação com o chileno.



O jogador sempre impôs dificuldades para renovar: não aceita o modelo de produtividade (salário maior de acordo com a frequência em campo) imposto pelo presidente Paulo Nobre, já criticou publicamente Alexandre Mattos e não gostou da primeira oferta da diretoria (cerca de 25% do salário atual como valor fixo e aproximadamente metade do que ganha atualmente se atuar em todos os jogos do mês). A postura de Valdivia, que mais desfalcou o time do que jogou em cinco anos de contrato, virou argumento para que não siga no clube.

4032 visitas - Fonte: Gazeta Esportiva