Dorival Júnior caminha ao lado de Mauro Naves no CT Rei Pelé (Foto: Bruno Giufrida)
Agora no Santos, o técnico Dorival Júnior reencontrará o Palmeiras, seu ex-clube, neste domingo, no clássico que será disputado na arena alviverde, às 16h (de Brasília).
Em 2014, o treinador foi um dos responsáveis por ajudar o Verdão a escapar do rebaixamento no Campeonato Brasileiro, mas não permaneceu na atual temporada.
Pouco mais de sete meses depois de ser avisado que não permaneceria no Palmeiras, Dorival Júnior diz que não sente mágoa do adversário deste domingo, mas admite que ficou chateado quando soube que o projeto realizado na última temporada não teria continuidade em 2015.
– Graças a Deus, não (sinto mágoa). Eu não tenho isso. Fiquei chateado pela situação, por aquilo que foi proposto e não cumprido, sim. Vou tentar fazer o meu melhor e tenho certeza que faremos aqui (no Santos) um grande trabalho. Não tem gosto de vingança – disse o treinador em entrevista exclusiva ao repórter Mauro Naves, da TV Globo.
Dorival foi um dos quatro técnicos do Palmeiras no Brasileiro do ano passado, ao lado de Gilson Kleina, Alberto Valentim e Ricardo Gareca. Em 20 jogos, ele conseguiu seis vitórias, cinco empates e nove derrotas, um aproveitamento de 38,33% (23 pontos ganhos em 60 disputados). Na ocasião, o Verdão só não caiu para a Série B porque o Vitória não conseguiu vencer o Santos no Barradão.
Após a competição, a diretoria alviverde decidiu demitir o treinador.
Recém-contratado pelo Peixe, Dorival Júnior terá pela frente uma missão parecida com a anterior. Ele assumiu a equipe na zona de rebaixamento do Brasileirão e já comandou o Alvinegro na vitória por 3 a 0 sobre o Figueirense. Mesmo assim, o time segue no Z-4, com 13 pontos.
Por isso, o técnico, em tom de brincadeira, avisa ao adversário Marcelo Oliveira, comandante do Palmeiras, que o Santos precisa mais do resultado positivo neste domingo, na partida válida pela 14ª rodada da competição nacional.
– Respeito muito o Marcelo (Oliveira). Ele é o exemplo de superação como profissional, foi buscando seu espaço aos poucos. Fez um trabalho consistente em equipes menores.
Teve dois anos maravilhosos no Cruzeiro. Agora, vive um novo momento no Palmeiras. Temos de tudo para fazer um grande jogo. O Santos está preparado. Estamos precisando muito mais que ele da vitória (risos). Ele não tem essa necessidade. Mas teremos um grande jogo, com certeza – falou, em tom de brincadeira.
Dorival Júnior fala sobre passagem pelo Palmeiras e nega mágoa (Foto: Bruno Giufrida)
Confira os principais trechos da entrevista com o técnico Dorival Júnior:
Voltar a comandar o Santos após cinco anos
– É um grande desafio. Todos os clubes têm suas peculiaridades. São situações diferentes que te levam ao mesmo objetivo. Felizmente, estamos ainda com apenas 13 jogos disputados (no Brasileiro), acho que dá tempo para eu trabalhar de acordo com o que imagino. O ideal não seja isso, mas no nosso país essa mudança de técnicos constante acaba dificultando o planejamento.
O que o Santos busca no Campeonato Brasileiro
– A realidade do momento é nos afastarmos da zona de rebaixamento. Este é o primeiro objetivo. Naturalmente, a partir do momento que alcancemos este objetivo, vamos buscar o segundo. E, quem sabe, dependendo muito das circunstâncias, não podemos abrir mão da competição, mesmo sabendo que as coisas são difíceis.
O que já fez no Peixe em pouco tempo de trabalho
– Não fiz nada de milagroso. Dei tranquilidade aos jogadores. Busquei colocar um jogador mais posicionado à frente da zaga, mas o principal aspecto é o emocional. Trabalhamos neste sentido e acredito que a equipe tenha dado uma resposta inicial. Na sequência, teremos um início de trabalho e espero que a resposta seja igual.
Trabalho com Marcelo Fernandes, que agora é auxiliar
– É engraçado. Eu nunca havia passado por uma situação dessas. Para mim, é um novo momento, mas é interessante a maneira como fomos recebidos, a integração que aconteceu. O Marcelo e o Serginho (Chulapa) têm um respeito por nós. Foi até facilitada essa integração. E espero que continue assim, porque é um profissional que eu também não conhecia. Eles têm nos ajudado muito e vou continuar contando com a participação e a presença dos dois. É natural que as decisões sempre recaiam sobre o treinador e a responsabilidade sempre é do treinador, mas gosto de ouvir as pessoas.
Seis meses sem clube
– Eu viajei. Fui buscar algumas respostas a tudo isso que estamos vendo ao longo do pós-Copa. É o terceiro ano que faço isso. Não é uma reciclagem, muito pelo contrário, mas uma constatação de que o trabalho desenvolvido pelos brasileiros não está tão longe do que o feito na Europa. Fiquei em média 15 dias em cada clube e não vi nada de excepcional. Claro que cada treinador tem suas particularidades naturais, uma linha de trabalho, mas o que eu vejo é uma conscientização muito grande do profissional.
Dorival Júnior conversa com Mauro Naves em entrevista exclusiva no CT Rei Pelé (Foto: Bruno Giufrida)
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