Lucas Lima, do Santos, disputa bola com Dudu, do Palmeiras, na final do Campeonato Paulista. As coisas mudaram desde então
Palmeiras e Santos se reencontram neste domingo, às 16h (de Brasília), no Allianz Parque, em jogo válido pela 14ª rodada do Campeonato Brasileiro, após decidirem o título estadual, conquistado pelo alvinegro praiano. Em pouco mais de dois meses muita coisa mudou nos rivais paulistas.
No time da Vila Belmiro, Robinho, destaque na final do Paulistão, não renovou contrato e se transferiu para o time de Felipão, na China. No banco de reservas, Marcelo Fernandes foi trocado por Dorival Júnior, que realizará o seu segundo jogo no comando da equipe santista desde que retornou ao clube na semana passada.
O alviverde também perdeu um ídolo: Valdivia não vai renovar o contrato e não joga mais com a camisa do Palmeiras. O clube, entretanto, lidou com saída de uma forma diferente: Lucas Barrios, considerado um reforço de peso, já chegou, herdou a camisa 10 do chileno e está á disposição para o clássico.
O "ambiente" também mudou para Santos e Palmeiras. O time da capital enfrentou uma pequena crise após a perda do título paulista e, inclusive, demitiu o técnico Oswaldo de Oliveira com menos de cinco meses de trabalho.
No entanto, o momento ruim foi superado com a chegada do técnico bicampeão brasileiro, Marcelo Oliveira. Sob o comando do novo treinador, foram quatro vitórias, um empate e uma derrota no Brasileirão – aproveitamento de 72%. O Palmeiras, hoje, é sétimo colocado, com 22 pontos ganhos, e já sonha até com o título brasileiro.
Marcelo Oliveira, em pouco tempo, conseguiu fazer o que seu antecessor teve dificuldades: encontrar um time base. Hoje, o Palmeiras tem titulares bem definidos, e uma forma de jogar mais clara. O resultado está aparecendo dentro de campo – além da colocação, o clube da capital tem a segunda melhor defesa, com dez gols sofridos.
O Santos, por sua vez, entrou em um grande declínio após conquistar o Paulistão. Além de perder Robinho, o clube corre o risco de ver o seu principal jogador, Lucas Lima, se transferir para a Europa.
"Se voltarmos um pouco atrás, o Robinho também não jogou a primeira partida da decisão [do Paulista]. Talvez seja o mesmo grupo, mas não sei se a mesma equipe. Muito próxima disso. Ninguém esquece de jogar. É natural que três ou quatro resultados negativos desestabilizem de alguma maneira a equipe. E na minha visão foi isso que aconteceu. Não temos como culpar o Marcelo [Fernandes] por aquele momento. Foi circunstancial. Isso tudo proporcionou a situação incômoda que o Santos viveu", afirmou Dorival Júnior.
Dentro e fora de campo a situação é preocupante. O alvinegro praiano está na zona do rebaixamento, na 17ª colocação, com apenas 13 pontos. fora das quatro linhas, o clube está "afogado" nas dívidas.
Além disso, as situações financeiras são opostas: o Palmeiras é o único grande de São Paulo que conseguiu manter os salários e direitos de imagem em dia ao longo de toda a temporada. Por outro lado, após pagar quatro meses de salários atrasados logo após o título paulista, a diretoria santista deixou acumular mais dois meses de direitos de meses de imagem atrasados. Nesta sexta-feira, antes do clássico, o clube amenizou a crise ao pagar a premiação do Paulistão e um mês de CLT [Consolidações das Leis Trabalhistas], que também estavam atrasados.
Na final do Paulistão, o confronto foi entre um Palmeiras irregular, ainda em formação, com a pior campanha dentre os quatro grandes, diante de um Santos mais entrosado e organizado. Agora, os papéis se inverteram: para sair da zona do rebaixamento e barrar a ascensão do alviverde, o Peixe precisa repetir o que fez na Vila Belmiro pelo estadual. Desta vez, isso significa uma surpresa no Allianz Parque.
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