Em seu melhor ano, Prass se vê longe da idolatria: 'Sem títulos, é impossível'

19/7/2015 12:46

Em seu melhor ano, Prass se vê longe da idolatria: 'Sem títulos, é impossível'

Após sofrer com lesões e fases complicadas do time em 2013 e 2014, goleiro vê o clube no caminho certo. Ele quer que essa relação dure mais alguns anos

Em seu melhor ano, Prass se vê longe da idolatria: 'Sem títulos, é impossível'

Fernando Prass posa para o LANCE! na Academia de Futebol (Foto: Miguel Schincariol/LANCE!Press)



O clássico contra o Santos, às 16h deste domingo, no Allianz Parque, será o 38º jogo de Fernando Prass na temporada - ele foi poupado em duas ocasiões. Pode parecer pouco para um goleiro que já conseguiu disputar 135 jogos seguidos pelo Vasco, mas representa muito para quem vem de duas temporadas prejudicadas por lesões.



Em pouco mais de meio ano, Prass já tem mais jogos em 2015 do que em toda a última temporada, quando fraturou o cotovelo direito e entrou em campo 32 vezes. Como o Verdão tem ao menos mais 25 jogos a fazer até dezembro, ele tem tudo para superar também os números de 2013, ano em que lesionou o ombro esquerdo e atuou em 55 duelos.

- Vinha de uma sequência de quatro anos no Vasco em que só não joguei um jogo, no Brasileiro de 2012. Joguei todos em 2009, 2010, 2011 e 2012, eram 135 jogos seguidos sem ficar fora.



Agora estou conseguindo retomar minha constância. Sempre falo que adoro jogar, adoro treinar, e quanto mais vezes eu puder estar em campo para mim é melhor - disse ao LANCE! o arqueiro de 37 anos, que virou recordista absoluto de jogos no elenco após a saída de Valdivia.



O bom momento não se resume a estar em campo. Há uma semana, Prass teve atuação brilhante no empate por 2 a 2 com o Sport, na Arena Pernambuco, confirmando sua boa fase.



No Paulistão, ele já havia dado grande passo rumo à idolatria ao defender dois pênaltis na disputa que eliminou o Corinthians e classificou o Verdão à final, em plena arena de Itaquera. Mas ele acha que o caminho a percorrer ainda é bem longo.



- Ah, caminhei muito pouco, muito pouco. Demora tempo ainda, principalmente por causa de títulos. Em um time grande como o Palmeiras, é impossível tu virar ídolo sem conquistar títulos. Agora a coisa está se arrumando e acho que a gente tem chance de conquistá-los. De repente, renovando o contrato, ficando mais tempo no clube e conquistando títulos, eu possa começar a trilhar um caminho - analisou o camisa 1.



Depois de roer o osso por dois anos, Prass se vê pronto para saborear o filé. Ele tem vínculo só até dezembro (leia ao lado), mas ele quer defender a meta por mais anos.

- Minha ideia é essa. Vim em um momento em que muita gente não queria jogar aqui. "Pô, tu vai sair de um time da Série A, onde está firme, e vai para o Palmeiras, com grupo reduzido, problemas financeiros e sem estádio?". Graças a Deus, superei as dificuldades e sou um dos poucos a chegar até aqui.





Veja um bate-papo exclusivo com Fernando Prass:



Depois de dois anos difíceis, está mais fácil trabalhar em 2015?

Está melhor de trabalhar, não mais fácil. Cheguei para a Série B, com o grupo reduzidíssimo, problemas financeiros, sem estádio. Agora é totalmente diferente. O clube, financeiramente, está bem melhor, tem um estádio maravilhoso. Quando cheguei aqui havia 8 mil ou 9 mil sócios, agora são 140 mil. O grupo está mais forte do que nos anos passados... Então está melhor de trabalhar, mas não considero mais fácil.



Vários jogadores já citaram uma reunião só do grupo, em Atibaia, como fundamental para a reação. Foi isso que fez a diferença?

Conversar sempre é importante, cara. Só que ano passado não adiantou nada. Depende muito da qualidade do time, do comprometimento. Essa reunião às vezes é boa para cair a ficha do jogador. A gente às vezes não ouve a voz de um ou outro, e numa reunião dessas todo mundo é provocado a participar. É mais para o lado psicológico, para o cara dar aquele estalo de que está em um momento em que ou vai ou racha. Se a gente não tivesse conseguido um bom resultado contra o São Paulo, uma sequência boa, provavelmente estaríamos na parte debaixo.



No início do ano, você disse que ainda sentia incômodo no cotovelo operado. Como está?

Em termos de dor, está 80% menos que ano passado. Quando voltei, estava com muita dor e bem inchado. Tomei infiltração, fiz tratamento de ondas de choque, me ajudou muito.



Ter o Aranha como reserva faz com que você não queira abrir mão de jogar?

Quando eu deixo de jogar, nunca penso nos outros. Penso em mim. De repente deixo de jogar porque posso estar sentindo algum problema e vá agravar, mas não por causa de A, B ou C que esteja no clube. Desde que comecei, nunca mudei minha forma de trabalhar por ter jogador mais novo ou menos novo, com mais ou menos nome no grupo. Sempre me preocupei em fazer minha parte e fazer bem feito.



O que mudou no Palmeiras após a saída do Oswaldo e a chegada do Marcelo Oliveira?

Ah, é difícil falar, cara. São dois treinadores que coincidentemente têm o perfil muito parecido, dois caras muito tranquilos, de diálogo, e até taticamente. Você está vendo o time aí. Em termos de nome, não mudou praticamente nada, e muito menos em termos de sistema de jogo. Acho que calhou do time engrenar quando houve a troca do Oswaldo para o Marcelo. Claro que tem mérito do treinador também, mas a gente já vinha fazendo boas partidas. Acho que agora nosso time deu aquele estalo e está conseguindo manter um nível de atuação alto e constante.



Marcelo escolheu o Lucas como capitão, mas já disse que você tem uma liderança positiva. O Palmeiras tem mais de um capitão?

Se o conceito de capitão for ter liderança, emitir opinião, acho que sim. A maioria dos times tem, né? Não se pode jogar a responsabilidade em um só. As pessoas de fora acham que o capitão é o que gesticula, grita e fala, e muitas vezes não é. É o cara que tem uma personalidade diferente, que tem a sensibilidade de sentir o vestiário, para ver que um ou outro jogador precisa de um pouco mais de atenção. O capitão é isso. Muitas vezes as pessoas vêm que a liderança é de quem grita e se expõe, muitas vezes pessoas mais contidas e que não estão no foco são líderes também.



Esse jogo contra o Santos serve para mostrar o estágio em que o time está?

Ah, cara, as pessoas sempre falam isso. Contra o São Paulo a gente venceu por 4 a 0 e falaram: "Ah, depois de um clássico, tem que mostrar como o time está". Aí vencemos de novo, contra Chapecoense, Avaí, Ponte Preta, e a cada rodada vem um novo desafio. Agora é outro clássico, para "confirmar o bom momento". Se a gente vence, vem outro jogo, contra um time que está embaixo da tabela, que é o Vasco, para confirmar que estamos vencendo também os times pequenos. Cada jogo tem sua história e se cria um foco, um adjetivo para trabalhar em cima, mas é um jogo igual e precisamos vencer, como precisamos vencer o próximo e como precisávamos vencer o anterior.









4590 visitas - Fonte: GE

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