Pitacos do Palestra: Com poucos treinos, Marcelo faz time reagir na base da conversa

Palmeiras cresce na base da conversa

Marcelo no Verdão: seis vitórias, um empate e uma derrota (Duda Bairros/Fotoarena/LANCE!Press)



Oswaldo de Oliveira é adepto da repetição. Gosta de treinos longos, que simulam situações o jogo. Ele não conseguiria levar um elenco recém-montado a uma final estadual se seu trabalho fosse ruim, mas o caldo entornou após a derrota nos pênaltis para o Santos.

O que aconteceu depois disso já se sabe: a diretoria não teve a mínima paciência e rapidamente apostou em Marcelo Oliveira. Sem entrar no mérito da justiça da demissão de Oswaldo, a troca surtiu efeito imediato.



Não que o atual bicampeão brasileiro não seja também um adepto da repetição – porque ele é, sim, visto que sempre que pode insiste muito no ensaio de bolas paradas -, mas ainda não teve tempo de treinar. Com jogo em cima de jogo, viagem em cima de viagem, o Palmeiras utiliza o tempo livre entre os compromissos para evitar que seus jogadores se lesionem, com um método inovador chamado de “recovery”.



Em resumo, o novo técnico não teria como fazer uma grande mudança tática na equipe. Se ele conseguiu fazer cinco coletivos desde que chegou, há mais de um mês, foi muito. Marcelo tirou o Palmeiras da parte debaixo da tabela e o credenciou como candidato ao título brasileiro na base da conversa.



Com a moral de quem conquistou os últimos dois Brasileiros, ele fez com que os jogadores assimilassem sua “cartilha dos pontos corridos” com velocidade vertiginosa. Tomar cartão bobo é proibido, vencer todas as partidas em casa é fundamental e promover uma disputa equilibrada e sadia entre titulares e reservas é obrigação.



Há algum segredo em tudo isso? Não, e Oswaldo de Oliveira certamente tratou desses assuntos com os jogadores. Mas, com Marcelo, essas regras passaram ser obedecidas quase à perfeição. Basta ver que, há um mês, mais de um jogador disse em público que os atletas pouco utilizados precisavam se dedicar mais no dia a dia, enquanto hoje o setor ofensivo parece bem servido com qualquer que seja o escolhido.



O esquema não mudou, a escalação é quase a mesma, mas o Palmeiras entrou nos trilhos de novo. Na base da conversa.