Verdão fica menos com a bola após trocar técnico, mas torna-se eficiente

Marcelo mantém o esquema de Oswaldo e mexe pouco na escalação, mas muda a cara do Verdão: menos treinos, menos posse de bola, menos finalizações... E muito mais pontos

Marcelo já está nos braços da torcida (Foto: Cesar Greco/Ag Palmeiras)



Marcelo Oliveira chegou ao Palmeiras há pouco mais de um mês, não desfez o esquema tático de Oswaldo e pouco mexeu na formação titular, mas tirou o time da parte debaixo da tabela do Brasileirão e o transformou em candidato ao título. Eficiência é a palavra-chave.



Na comparação entre os seis jogos de Oswaldo e os sete de Marcelo pela competição nacional, o Verdão agora fica menos com bola, troca menos passes, faz menos cruzamentos e chuta menos a gol, mas acerta mais. São mais cruzamentos certos, mais finalizações no alvo, mais gols marcados, menos gol sofridos...



Em sete jogos, Marcelo Oliveira acumula uma derrota, um empate e cinco vitórias (16 pontos). Já Oswaldo venceu só uma de suas seis partidas, além de empatar três vezes e perder outras duas (6 pontos). O interino Alberto Valentim somou os outros três pontos que a equipe tem.



- Mudou pouca coisa em termos de escalação, movimentação e posicionamento, mas agora o time conseguiu encaixar. De repente deu o estalo do que estava faltando, de algum detalhe. Temos que manter isso e melhorar, porque tem jogo em que estamos sofrendo além do necessário - disse o goleiro Fernando Prass.



Com o novo técnico, o Palmeiras só teve mais posse de bola que o rival uma vez, na vitória por 3 a 0 sobre o Avaí. Com o antecessor, era o contrário – só duas vezes não ficou mais com a bola: no empate por 2 a 2 com o Atlético-MG e na vitória por 2 a 0 sobre o Corinthians – neste último, os times empataram no quesito, com 50% cada.



A diferença é que o Verdão tem otimizado o tempo com a bola. Se antes arriscava em média 25 cruzamentos para acertar cinco, agora são 15 bolas alçadas por jogo, cinco certas. Se antes eram cerca de 14 finalizações por duelo, com cinco certas, agora são aproximadamente 12 tiros, com seis no alvo.



Curiosamente, o time tem treinado menos. Se Oswaldo era conhecido por longos coletivos, o novo treinador fez poucas atividades táticas até aqui. Na maior parte dos dias, os titulares fazem trabalho regenerativo para aliviar os efeitos da maratona.





(Oswaldo de Oliveira deixou o Palmeiras no início de junho)



As mudanças:



Time - A escalação é basicamente a mesma. A diferença fica por conta de Zé Roberto, titular com Oswaldo e hoje reserva – Robinho assumiu sua vaga. Sem o camisa 11, capitão com o ex-técnico, Lucas é o atual detentor da faixa no Palmeiras.



Treinos - A comissão intensificou os trabalhos regenerativos e quando há dois jogos por semana, o time titular chega a não treinar com bola. Oswaldo, por sua vez, tinha costume de sempre fazer treinos coletivos, até mais de um por semana.



Repetição - Desde o começo do ano, Oswaldo teve dificuldade para repetir a escalação. Marcelo, por sua vez, pôde dar sequência ao time ideal quando chegou. Hoje, muda quando precisa, mas em posições pontuais.



Jogos em casa - Desde que chegou, Marcelo cobra um bom rendimento em casa e tem conseguido: quatro jogos no Brasileiro, quatro vitórias. Com Oswaldo, o time patinou no início de Nacional no Allianz Parque: teve apenas dois empates e sofreu uma derrota, para o Goiás.



Veja números do Verdão com Oswaldo e Marcelo no Brasileirão:



Posse de bola

Com Oswaldo: 55,8% por jogo

Com Marcelo: 45,5% por jogo



Finalizações

Com Oswaldo: 13,6 por jogo (5,5 certas e 8,1 erradas)

Com Marcelo: 11,9 por jogo (6,4 certas e 5,5 erradas)



Passes

Com Oswaldo: 364 passes certos por jogo, 46 errados

Com Marcelo: 281 passes certos por jogo, 39 errados



Cruzamentos

Com Oswaldo: 25 por jogo (5 certos e 20 errados)

Com Marcelo: 15 por jogo (5 certos e 10 errados)



Gols marcados

Com Oswaldo: 8 (1,33 por jogo)

Com Marcelo: 14 (2 por jogo)



Gols sofridos

Com Oswaldo: 6 (1 por jogo)

Com Marcelo: 3 (0,4 por jogo)