Há muitos anos que a chamada "Copa Rio" é alvo de intensas discussões por parte dos torcedores. Os do Palmeiras defendem com unhas e dentes o fato de que se trata de um título mundial, de 1951, enquanto os outros três rivais em São Paulo implicam dizendo que a FIFA não reconhece, tampouco organizou a competição. Debate interminável.
O que poucos sabem, no entanto, é que a realização do torneio não só foi um sucesso técnico e de repercussão na época, como também pôde propiciar a ideia embrionária do que conhecemos hoje como Liga dos Campeões da Europa. Sim, é isso mesmo. Em uma matéria produzida em 1975, o jornal italiano La Stampa conta que a Copa Rio foi o estopim em um movimento liderado pelo francês Gabriel Hanot (ex-jogador e jornalista) para a criação da Liga dos Campeões da Europa, em 1955.
Por conta do sucesso do torneio, Hanot ficou nostálgico com a Copa Rio d juntou-se com seu colega de L'Equipe, Jacques Ferran, que havia acompanhado o Campeonato Sul-Americano de Campeões (precursor da Libertadores) em Santiago, no Chile. Juntos, elaboraram uma proposta e, em 1955, foi criada a Copa Europeia, palco onde brilhou o Real Madrid de Puskas e Di Stefano, campeão das cinco primeiras edições.
Entre discussões e lembranças, o Palmeiras luta agora ardentemente junto à entidade máxima do futebol em prol do reconhecimento do título. O Fluminense, campeão do mesmo torneio em 1952, também vem preparando dossiês e coletando informações da época para respaldar ainda mais o pleito dos dois clubes. O reconhecimento parece cada vez mais iminente. No fim de 2014, o então ministro do Esporte Aldo Rebelo anunciou que recebeu a ata de uma reunião do Comitê Executivo da Fifa. Nela, a entidade reconhecia o Palmeiras como campeão mundial de 1951.
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