Em 2014, o River Plate venceu a Copa Sul-Americana; em 2015, chega à final da Libertadores (Foto: AFP).
Na última quarta-feira (22), além da definição dos últimos classificados à fase oitavas de final da Copa do Brasil, também foram divulgados os confrontos da fase nacional da Copa Sul-Americana, que se iniciará no próximo dia 18 de agosto. Com o confuso regulamento de distribuição de vagas ao torneio continental, grandes clubes brasileiros, como Grêmio, Santos, Palmeiras e Vasco foram “eliminados” da disputa antes de seu princípio, ao darem preferência a seguir no campeonato do país.
Ao excluir também os participantes da Taça Libertadores da América de 2015 (Corinthians, São Paulo, Atlético-MG, Cruzeiro e Internacional), a Copa Sul-Americana, em sua segunda fase, se verá “esvaziada” dos chamados “12 grandes” do país. Além dos citados, Flamengo e Fluminense também foram incluídos diretamente nas oitavas da Copa do Brasil, e o Botafogo não obteve classificação suficiente, mesmo eliminado na terceira fase do torneio nacional, pelo Figueirense.
Ainda que conte com a participação de somente seis clubes da Série A do Campeonato Brasileiro (Sport, Atlético-PR, Chapecoense, Goiás, Joinville e Ponte Preta), além de um da Série B (Bahia) e outro que nem sequer disputa o Brasileirão (o Brasília se classificou ao vencer a edição de 2014 da Copa Verde), o “desprezo” das equipes maiores pela competição não se justifica, ao menos em alguns aspectos.
Além de ceder uma vaga na Libertadores do ano subsequente, como faz a Copa do Brasil, a Sul-Americana não só dá o prestígio de ser campeão continental, mas é também mais curta que a competição nacional. Enquanto os brasileiros farão confrontos por uma vaga já nas oitavas de final, o torneio “doméstico” leva três fases para definir os classificados à mesma fase. No apertado calendário de que os treinadores e jogadores sempre se queixam, uma eliminação na primeira fase da Copa do Brasil já permite pelo menos uma etapa de “descanso”.
Na questão financeira, a Sul-Americana também é mais rentável ao seu vencedor. Enquanto a Copa do Brasil permite uma premiação máxima de R$ 7,95 mi (se a taça ficar com uma equipe do chamado “grupo 1?, ou seja, os grandes e mais o Coritiba, em 2015), a Conmebol paga o equivalente a cerca de R$ 7,35 mi a quem levantar o caneco. Além deste, a entidade reserva um valor entre US$ 200 mil (perto de R$ 658 mil) para o vice e US$ 300 mil (próximo de R$ 987 mil) para o campeão pela participação na Recopa Sul-Americana subsequente, quantia que totaliza, no mínimo, cerca de R$ 8,01 mi, mas pode chegar aos R$ 8,34 mi.
Disputada com o nome atual desde 2002, a Copa Sul-Americana nunca caiu no gosto dos clubes brasileiros, com um retrospecto de cinco presenças em 13 finais, e apenas duas taças. Até 2009, quando a disputa não classificava o vencedor à Libertadores, apenas Internacional (campeão em 2008) e Fluminense (vice em 2009) representaram o país em uma decisão. Desde então, o São Paulo conquistou a edição de 2012, e somente outras duas vezes o Brasil apareceu na partida derradeira, sempre com equipes de menor expressão na segunda colocação (Goiás em 2010 e Ponte Preta em 2013).
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