"Posso me machucar a qualquer minuto, mas estou muito treinado para isso não acontecer", disse o meia.Djalma Vassão/Gazeta Press
Como tem sido sua sina desde que voltou ao Palmeiras, em agosto de 2010, Valdivia teve problemas no decisivo jogo que eliminou o time do Paulista, contra o Ituano. As lesões musculares, contudo, não são mais tão frequentes no jogador mais caro do elenco, que manda um recado a torcedores do clube que, na sua opinião, querem vê-lo machucado.
“Tem muita gente esperando que eu fique no departamento médico para falar que, de novo, me machuquei e vou ficar um tempo fora. Vai ter muita gente feliz com isso, até alguns torcedores. Posso me machucar a qualquer minuto e qualquer hora, mas, felizmente, estou muito treinado para que isso não aconteça e não vai acontecer”, garantiu.
O recado parece ser para membros da Mancha Alviverde. A principal organizada do clube já tentou agredir Valdivia em aeroporto de Buenos Aires, no ano passado, não canta o seu nome antes dos jogos e sempre o cita entre xingamentos depois de maus resultados.
Em 2014, só as pancadas recebidas no jogo anterior ao contra o Ituano resultaram no inchaço do tornozelo direito do camisa 10 e o fizeram atuar por menos de meia hora na semifinal. Em 13 jogos na temporada, participou integralmente de dez, com quatro gols e uma assistência.
O meia teve problemas musculares no fim da Série B do Brasileiro, quando voltou machucado após jogar no sacrifício pela seleção chilena, mas seu segundo semestre em 2013 foi de frequência bem maior em campo do que nos anteriores.
Neste ano, teve uma semana a mais de trabalhos físicos do que os colegas para evitar novo incômodo. O maior responsável, segundo ele, é José Amador, uma espécie de “recuperador muscular” que é pago pelo camisa 10 para atendê-lo particularmente.
“A grande diferença de um tempo para cá se chama José Amador, um recuperador cubano que trabalha na seleção do Chile e conseguiu alinhar as fibras dos meus músculos. Os exames mostram isso”, disse Valdivia, citando a biópsia muscular que o apontou com 100% de condições físicas para atuar em grande nível com frequência.
“O José Amador percebeu que tinha alguma coisa errada, eu quis mudar isso e, junto com o departamento físico do Palmeiras, conseguimos fazer o que não era feito para que eu pudesse ter uma sequência muito boa”, comemorou o jogador que, desde o ano passado, é poupado até de treinos no campo para trabalhar fisicamente e evitar problemas físicos.
Antes, com Luiz Felipe Scolari, era raro ver Valdivia em campo. “Aquela sequência de lesões foi uma falta de entrosamento e coordenação entre departamento médico, comissão técnica e jogador para cumprir os protocolos. Não eram respeitados os 30, 40, 20 dias que eu precisava, voltei sempre antes do tempo e não me recuperei como deveria.
Cada um tem a sua parcela de culpa, mas sempre tive respeito e admiração por todos”, falou o meia.
Para não criticar diretamente o técnico da Seleção Brasileira, o chileno aponta que, agora, sua presença não é mais tão urgente quanto antes. “Hoje, o Palmeiras tem Bruno César, Marquinhos Gabriel, Mendieta, Wesley, Leandro, Alan Kardec.
Antigamente, o elenco não tinha essa troca de peças e era uma necessidade do treinador eu voltar sem a recuperação que deveria. O jogador sempre quer jogar e se vê na obrigação”, argumentou.
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