Trio jogou contra o Furacão em 2014 e estará na arena neste domingo (Foto: Arquivo Lance)
Dos 14 jogadores que participaram do empate por 1 a 1 com o Atlético-PR, que acabou livrando o Palmeiras da Série B em dezembro do ano passado, apenas três estão relacionados para o reencontro com o rival rubro-negro, às 11h deste domingo, novamente no Allianz Parque: o goleiro Fernando Prass, o zagueiro Nathan e o atacante Cristaldo. Dos três, só o camisa 1 é titular.
Diante de grande risco de rebaixamento, Dorival Júnior escalou o Verdão naquele dia com Fernando Prass, João Pedro, Lúcio, Nathan e Victor Luís; Gabriel Dias, Renato, Wesley e Valdivia; Mazinho e Henrique. Durante a partida, entraram Victorino (Nathan saiu com uma lesão nas costas), Cristaldo (na vaga do vaiado Wesley) e Mouche (no lugar de Mazinho).
João Pedro, Valdivia e Mouche ainda têm contrato com o Palmeiras, mas não participarão do reencontro por diferentes motivos. O jovem lateral-direito, hoje reserva imediato de Lucas, só não irá ao banco de reservas porque sentiu um incômodo muscular no início da semana. O Mago, que naquele dia tomou injeções analgésicas para suportar uma lesão na coxa e jogar no sacrifício por 90 minutos, treina em horários alternativos à espera do fim do contrato, em 17 de agosto. Mouche, que ficou na reserva contra o Vasco após recuperar-se de cirurgia no joelho, ficou fora por opção de Marcelo Oliveira.
Entre os jogadores que foram relacionados e não entraram naquela ocasião, o único que segue no Palmeiras é o goleiro Jailson. As outras opções de Dorival eram Wendel, Juninho, Bruninho, Renato, Washington, Patrick Vieira, Fernandinho, Felipe Menezes e Diogo.
Repórter deu susto em Prass
O goleiro Fernando Prass sentiu-se rebaixado por alguns segundos após o jogo contra o Atlético-PR, no ano passado. A culpa foi de um repórter, que se confundiu quando o Santos fez 1 a 0 no Vitória, já após o empate do Verdão – um triunfo dos baianos causaria o rebaixamento à Série B.
- O repórter me deu o fone para acompanhar, só que eu ouvia a narração e não conseguia identificar quem estava atacando e quem estava defendendo. Eu fui entregar o fone para ele, disse que não queria ouvir, e nisso ele me falou: "gol!". Eu perguntei de quem, e ele falou que era do Vitória. Não é possível! Quando virei para o lado, a torcida estava pulando e ele falou: "ah, me enganei, foi gol do Santos". Esses segundinhos foram terríveis - conta Prass, que chorou de alívio na sequência.
Confira um bate-bola exclusivo com Cristaldo:
Cristaldo é o artilheiro do time no ano, com 12 gols - FOTO: Reginaldo Castro)
Foi depois do jogo contra o Atlético-PR que você criou a hashtag #AjudaNoix, hoje um sucesso entre os torcedores. Na época era mais difícil fazer suas brincadeiras?
Sim, era mais difícil (risos). Depois do jogo surgiu o #AjudaNoix, quando todo mundo estava voltando para o CT no ônibus. A gente já estava salvo e estava passando o jogo do Santos com o Vitória, comecei a gritar "Ajuda nois, Santos, ajuda nois". Foi algo lindo.
O clima foi de comemoração?
Comemoração, não, porque o Palmeiras não tem que comemorar por se salvar do rebaixamento. Estava todo mundo mais aliviado, sim, e esperando com muita expectativa por este ano. No ônibus, todo mundo já estava mais relaxado, voltando para casa já pensando em 2015.
O que mais mudou em 2015?
As bolas que não entravam estão entrando agora. Ano passado, custava muito para fazer um gol. Tínhamos o Henrique, que fazia os gols e era artilheiro, mas era só ele que fazia gol. Neste ano, tem muitos caras. Tinha jogada que a bola do Diogo não entrava, a minha não entrava, e o Henrique fazia os gols. O time acreditava muito nele.
Para vocês, argentinos, a adaptação foi difícil ano passado?
Não, não. Quando cheguei, os outros argentinos já estavam, o Valdivia também me recebeu muito bem. Tinham pessoas muito boas aqui dentro. A adaptação depende também de como você é, de como pega confiança. Tem jogador que precisa de um mês, dois meses para se adaptar, e tem jogadores que precisam de mais tempo. Isso é muito pessoal.
A saída do Gareca te prejudicou?
Foi um pouco mais difícil para mim, porque eu tinha acabado de chegar quando ele saiu. Fiz uns três, quatro jogos com ele, estava em plena adaptação, e fiquei um pouco surpreso. Mas futebol é assim, o que manda é o resultado, e o Gareca não conseguiu fazer os resultados. Eu sabia a classe de treinador que ele é e o que podia fazer para o Palmeiras.
Confira um bate-bola exclusivo com Nathan:
(Nathan disputou só um jogo neste ano, em abril - FOTO: Cesar Greco)
O que você lembra da semana anterior àquele jogo de 2014?
Era um jogo de vida ou morte. Era o último jogo do campeonato, a gente não sabia se ia ficar ou cair para a Série B. Todo mundo estava tenso e ansioso para que tudo se resolvesse. Eu até conversava com o João Pedro durante a semana. Falava para ele: "P..., velho! A gente subiu e já está passando por isso". É diferente, ninguém sobe em um momento como aquele do ano passado. Era um momento de pressão máxima.
Qual é a maior diferença daquela época para este ano?
Agora está todo mundo focado, todo mundo unido, um grupo só. Não tem divisão entre quem é reserva, titular... Está todo mundo focado em ser campeão. Então acho que essa união do time faz grande diferença.
Não havia essa união antes?
Acabou que, pelos resultados, todo mundo ficava frustrado, um tentava colocar a culpa no outro. Ficava meio rachado o grupo. Dessa vez está todo mundo unido, com um foco só.
Como estava o vestiário depois do jogo?
Não tinha festa, era só alívio. A obrigação do Palmeiras era ficar na Série A, então o clima era de "pronto, acabou, ufa". E só.
Você era titular no ano passado e disputou só um neste ano. Isso prova que o elenco está mais forte?
Independente de quem está no banco e quem está de titular, é o Palmeiras. Se eu estiver no banco e o Palmeiras for campeão brasileiro, eu vou ser campeão também. Quero ganhar títulos pelo Palmeiras, quero ganhar títulos sendo titular, jogando, mas tenho que saber esperar minha hora e estar pronto para quando a oportunidade vier. Fui cumprir meu papel na Seleção (sub-20, em janeiro) e quando voltei tinha gente no meu lugar. Agora tenho que trabalhar para conseguir meu espaço de volta.
2742 visitas - Fonte: Lancenet!