Na hora do almoço, Palmeiras passa calor e vê Walter

Diante de mais de 38 mil torcedores, Verdão foi piorando nos transcorrer da partida contra o Atlético-PR e viu o fim da invencibilidade de sete jogos no Brasileirão

A derrota para o Atlético-PR por 1 a 0, na manhã de domingo, foi duplamente ruim para o Palmeiras: interrompeu uma invencibilidade de oito jogos (sete pelo Brasileirão e um pela Copa do Brasil) e tirou o time do G-4 da principal competição nacional - a equipe de Marcelo Oliveira agora é a sexta colocada.



Diante de 38.794 pagantes (o segundo melhor público da história da arena), o Verdão não conseguiu envolver o adversário, como nos últimos jogos em seu estádio, e viu Walter definir o placar aos 30 minutos do segundo tempo, num escanteio que Lucas não conseguiu cortar.

Confira aqui as atuações dos jogadores e veja abaixo como foi a derrota palmeirense:



PAREDÕES ATLETICANOS





Atlético-PR tinha duas linhas de quatro. Egídio, Robinho e Dudu, os homens da criatividade, não tinham espaço



O primeiro tempo foi travado. O Palmeiras teve a bola - aos 23 minutos, chegou a 66% de posse -, mas quase não conseguiu chegar dentro da área para finalizar a gol.

Com duas linhas de marcação de quatro jogadores cada, o Atlético-PR segurou as três principais fontes de assistência do Verdão: Egídio (cinco passes para gol no ano), pela lateral esquerda, subiu bem pouco; Dudu (oito assistências) foi marcado em cima na ponta direita; Robinho (dez, o líder no quesito em 2015), pelo meio, não conseguiu fazer a bola passar pela defesa rival, a não ser com alguns chutes de longe.

Com isso, quase todas as bolas passaram a ser tocadas para a lateral direita, pois Lucas tinha mais liberdade. Só que as jogadas não surtiam efeito. Às vezes, nem começavam, pois o lateral tentava logo os cruzamentos. Rafael Marques, que trocava constantemente de lado com Dudu, foi quem menos produziu.



KADU ATRÁS E NA FRENTE

Na marcação atleticana, Kadu se destacou por ter sido, digamos assim, voluntarioso em excesso. Aos 31 minutos do primeiro tempo, o zagueiro arrancou a chuteira esquerda de Robinho com um pisão por trás - o juiz mandou o jogo continuar.

Em seguida, aos 38, resolveu tentar uma arrancada para o ataque, que foi parada porque ele mesmo deixou o braço direito no rosto de Leandro Pereira, que o acompanhava na marcação.



FINALIZAÇÕES À DISTÂNCIA

A maior parte dos arremates do Palmeiras foi de fora da área. Kelvin foi quem mais finalizou, quatro vezes. Ele entrou no lugar Rafael Marques no intervalo e, pelos menos no começo do segundo tempo, deu um pouco mais de mobilidade à equipe.

Dos jogadores alviverdes que começaram a partida, quem mais arriscou foi Robinho, com três chutes, mas todos de longa distância - como este abaixo, aos 20 minutos do primeiro tempo:



WALTER X BARRIOS



Até os 20 minutos do segundo tempo, Marcelo Oliveira e Milton Mendes trocaram seus jogadores mais avançados para tentar mudar o placar: Barrios entrou no lugar de Leandro Pereira; Walter substituiu Crysan. Depois disso, o Atlético-PR passou a arriscar mais, e o jogo mudou definitivamente.

O Palmeiras finalizou mais (14 vezes contra oito), mas teve menos chances reais de gol do que o adversário (duas a três).

Até a posse de bola mudou de lado: o Furacão terminou o jogo com 51%. Azar do Verdão que o gordinho brasileiro (duas finalizações) funcionou mais do que o paraguaio em forma (nenhuma)... Veja abaixo o gol de Walter, aos 30 minutos da etapa final:



O sol brilhava forte sobre a arena palmeirense. Houve parada técnica para os jogadores se recuperarem fisicamente tanto no primeiro quanto no segundo tempo. Nessa última, os jogadores do Palmeiras até tiraram as chuteiras para esfriar os pés.

No intervalo, o clube ligou o sistema de irrigação do gramado, que serviu até para refrescar os atletas na volta do intervalo (veja o vídeo abaixo).

O calor prejudicou o Verdão? Para Lucas, sim:

– Essas partidas às 11h são válidas quando não tem um sol como hoje (ontem). Nossa equipe é rápida e, quando não consegue fazer o gol, a outra equipe vai crescendo e joga por uma bola.

Mas Rafael Marques discordou:

– É a quarta partida que jogamos nesse horário. Não pode procurar desculpa no horário do jogo.