Árbitros realizam protesto simbólico contra veto em texto da MP do Futebol

Antes dos jogos da 18ª rodada do Brasileirão, quartetos de arbitragem fazem um minuto de silêncio com placa levantada em referência ao item vetado por Dilma

Arbitragem faz protesto antes de Flamengo x Atlético-PR, no Maracanã (Foto: Reprodução/Premiere FC)



Os quartetos de arbitragem dos jogos Coritiba x Palmeiras, no Couto Pereira, e Flamengo x Atlético-PR, no Maracanã, Santos x Vasco, na Vila Belmiro, e Goiás x Chapecoense, no Serra Dourada, realizaram um protesto simbólico antes do início das partidas. Nas quatro partidas, os quartetos se reuniram no círculo central, fizeram um minuto de silêncio e levantaram a placa que indica substituições com os números zero e cinco. Os números são uma referência ao item da MP do Futebol vetado pelo poder executivo, que dava direito aos árbitros de terem um repasse de 0,5% dos valores das cotas de TV.



O protesto só não deve ocorrer no Beira-Rio, onde jogam Internacional e Fluminense. A Anaf recomendou que o ato, com a placa de número cinco não fosse feito no estádio em respeito aos torcedores colorados após a derrota por 5 a 0 para o rival Grêmio na última rodada.



No Couto Pereira, o quarteto de arbitragem é formado por Péricles Bassols (Fifa-RJ), Deibert Pedrosa Moisés (RJ), Luiz Cláudio Regazone (RJ e Fábio Filipus (PR). No Maracanã, o árbitro Marcelo Aparecido de Souza (SP) está acompanhado de Danilo Ricardo Simon Manis (SP), Rogério Pablos Zanardo e João Ennio Sobral (RJ). Os quartetos de arbitragem das partidas das 21h seguiram com a manifestação. Em Santos, Emerson Luiz Sobral (PE) é o árbitro principal, e no Serra Dourada, Wagner Nascimento Magalhães (RJ) apita a partida.



O protesto já era planejado desde a última sexta-feira, quando os juízes se reuniram no Rio de Janeiro para um seminário de arbitragem promovido pela CBF. Na ocasião, o presidente da Associação Nacional de Árbitros de Futebol, Marco Antônio Martins, declarou que é favorável à realização de uma greve. Nesta quinta, os 27 sindicatos estaduais farão assembleias gerais e discutirão o assunto.



O repasse de 0,5% dos direitos de transmissão da TV significaria, segundo o presidente da Anaf, R$ 9 milhões, que seriam distribuídos à classe por campeonato. Ainda de acordo com Martins, isso renderia algo em torno de R$ 10 mil por partida ao quarteto de arbitragem. Atualmente, os árbitros que possuem escudo Fifa ganham cerca de R$ 4 mil por jogo. Um aspirante à Fifa recebe por volta de R$ 3,2 mil e os demais ficam com R$ 3 mil, todos em valores brutos.

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