Com bermuda do Palmeiras no SuperSurf, competidor cutuca Valdivia, e se compara com artilheiro

Em sua primeira competição profissional, Emerson Santos revela a história do shorts que serve como amuleto da sorte

Emerson Santos (Foto: Lucas Strabko)



Na última quarta-feira, o mar não estava para porco. No campo, o Palmeiras foi derrotado pelo Coritiba por 2 a 1. Na água, o palmeirense Emerson Santos foi eliminado na primeira rodada da segunda etapa do Oi SuperSurf, disputada em Ubatuba (SP). Fã do Verdão – e com a sorte de ter sido escolhido para usar a lycra verde -, o surfista de 26 anos nunca viu um jogo do Palmeiras no estádio, porém faz questão de usar a bermuda com o símbolo do clube em todas as competições que participa.



- Eu uso ele como meu calção da sorte. Todas competições que vou sempre me dou bem, de vez em quando paciência, não é sempre que a gente consegue ganhar. Ele está ali sempre. Não vou deixar de usar em nenhuma competição – afirma Emerson Santos, ao LANCE!, momentos após encerrar a participação em seu primeiro campeonato como profissional.



Quando criança, o surfista se tornou palmeirense pela pressão dos vizinhos do condomínio onde morava, em Ubatuba, que o presenteavam com itens do clube. Muitos anos depois, a bermuda chegou às pernas do surfista da mesma maneira, porém, dessa vez, veio das mãos de Joaquim Nunes, amigo de Emerson, que é jogador de futebol na Espanha.



- Ele estava andando em Itamambuca, do nada eu olhei para o corpo dele e falei: “Pô, esse shortinho é legal, poderia ser meu”. Ele respondeu que era só eu passar na casa dele depois e pegar. Eu prometi a ele que sempre usaria o shorts para homenageá-lo – lembra o surfista.



Em busca de patrocínio para seguir na carreira profissional e abandonar os ‘bicos’ que faz como recepcionista e ajudante de pedreiro, o ubatubense ouviu várias brincadeiras antes de cair na água. Do palanque montado na areia de Praia Grande, alguns surfistas e convidados gritavam que tirariam fotos e mandariam para o Palmeiras, visando um patrocínio do clube paulista.



- Faz anos que não tenho um patrocínio de pico mesmo, a galera não pode exigir muito, não vou mudar de shorts. Se aparecer um patrocínio bom, a gente dá um jeitinho, faz uma pintura. Se for do Palmeiras, a gente nem precisa mudar – sorri Emerson, que também é professor de surfe na escolinha do Zecão.



Fora do surfe, a principal atividade do ubatubense é seguir o Palmeiras. Leitor assíduo das notícias do clube, Emerson assiste a maioria dos jogos no sofá de sua casa. Porém, crítico, não deixa de cutucar os jogadores, principalmente Valdivia.



- O cara joga muito quando quer. Quando não quer, fica de sacanagem com o clube. Por mim, ele ficaria se fosse para jogar. Mas se ficar nesse negocinho de ficar um, dois jogos e depois meses sem jogar. É mais fácil manda-lo embora e trazer um jogador novo – reclama.



Surfista desde quando criança, Emerson aproveitava quando sua mãe ia ao trabalho e saia escondido para surfar na praia. Apaixonado pelo esporte, deixou a bola nos pés de lado para se dedicar ao surfe, por isso hoje diz não ter tanta habilidade com o futebol, mas, ainda assim, faz questão de se comparar com o artilheiro do Palmeiras na temporada 2015, autor de 15 gols.



- Nunca tive essa fissura com o futebol. Depois que comecei na escolinha de surfe, nunca quis parar. Tenho 26 anos, vinte de surfe. Quando jogo bola, não gosto de ser zaga, sou meio de campo para frente. Quando faço joguinho com a molecada onde eu moro, fico sempre na banheira. Sobrou, estou mandando para o gol, ao melhor estilo Rafael Marques – diverte-se Emerson.

4650 visitas - Fonte: Lancenet!