Cadeiras do Allianz Parque seguem sendo tema de discussão (foto: Murilo Dias)
Boa parte da torcida do Palmeiras ficou furiosa ao saber que a WTorre foi à arbitragem para contestar os descontos dados pelo clube aos seus sócios-torcedores na compra de ingressos para partidas no Allianz Parque. A construtora, porém, sustenta que não está lutando contra o Avanti.
A WTorre acredita que a forma como são concedidos os descontos diminui o interesse do público pelas cadeiras que a construtora colocou à venda em maio. A mais barata, no Gol Sul, custava R$ 2.994. Esse valor inclui ingresso para todos os jogos de maio a dezembro/15.
A empresa reclama da "setorização". Ou seja, quer que o percentual de desconto dado por um determinado plano seja o mesmo para todos os setores. O plano Platina (R$ 199,99 por mês), por exemplo, dá 100% nas cadeiras superiores, Gol Sul e Gol Norte, 75% na Central Leste e 50% na Central Oeste.
Nos moldes atuais, é mais vantajoso pagar o plano Platina do que comprar uma cadeira da construtora no Gol Sul. Nos mesmos oito meses de validade do contrato da cadeira, o sócio Avanti Platina gastaria R$ 1.600 (bem menos que os R$ 2.994 cobrados pela WTorre), iria a todos os jogos, teria diversos benefícios e veria o dinheiro nos cofres do clube. No caso das cadeiras, o Verdão teria direito a uma pequena porcentagem (veja mais abaixo).
Desde fevereiro de 2014, as partes discutem na arbitragem a divisão de cadeiras da arena: o Verdão diz que a WTorre pode vender 10 mil, mas a construtora julga que tem o direito de vender todas.
A empresa tem um projeto para não acabar com o Avanti se tiver a prerrogativa de comercializar 100% das cadeiras. A longo prazo, gostaria de vender todas, com ingressos embutidos, no início do ano.
A sugestão é que os compradores obrigatoriamente se tornem sócios-torcedores. Para não diminuir o interesse quando todas as cadeiras forem vendidas, quem não conseguir comprar paga taxa para ficar na lista de espera e receber ingressos de desistentes. A ideia, inspirada no Arsenal, teria sido apresentada à diretoria alviverde antes mesmo da arbitragem, sem sucesso, mas o clube não confirma.
Venda de cadeiras ainda não empolga
Dona de no mínimo 10 mil cadeiras da arena - o restante está em discussão na arbitragem -, a WTorre começou a vendê-las no início do ano. Já foram comercializados 80% das cadeiras "premium", que incluem serviço de comida e bebida e custam R$ 15 mil por dois anos. Já as cadeiras "comuns", que custam de R$ 2.994 a R$ 5.034, com ingressos até o fim do ano, não engrenaram ainda. A WTorre acredita que o modelo demorará a emplacar no país.
O ACORDO DE PALMEIRAS E WTORRE
Naming rights
A WTorre vendeu o nome do estádio para a Allianz por R$ 300 milhões, divididos em 20 anos, com cláusula para renovar por mais dez. Nos cinco primeiros, a construtora repassa 5% ao clube, e o valor cresce 5% a cada cinco anos.
Camarotes
É a mesma lógica dos naming rights: WTorre comercializa os camarotes e repassa 5% do valor nos primeiros cinco anos. O valor cresce na mesma proporção do item anterior.
Renda dos jogos
O Palmeiras terá direito a 100% do valor arrecadado com ingressos para os jogos, descontadas as despesas.
Cadeiras
A WTorre julga ter direito a comercializar todas as cadeiras, repassando um valor ao clube ano a ano, na mesma proporção dos naming rights e dos camarotes. Alguns assentos já começaram a ser vendidos pela construtora, com contratos válidos até o fim do ano, e já com ingressos embutidos.
Visão do clube
Diz que a WTorre pode vender só 10 mil cadeiras especiais (as que começaram a ser comercializadas estão nesta cota). As do clube não seriam vendidas, mas reservadas para sócios-torcedores (hoje são cerca de 130 mil). A construtora já sugeriu envolver os sócios-torcedores na venda de cadeiras coordenada por ela.
31212 visitas - Fonte: Lancenet!